30/06/2011

A Riviera não é aqui

Por Eduardo Andolini



O Cinema Francês é um dos mais famosos do mundo. Não só cineastas e atores, mas cidades como Paris e Marselha sempre estão ou são citadas em produções do mundo todo.



Este filme, escrito, produzido e dirigido por Dany Boon, aborda o preconceito de uma forma divertida, ao contar a história de Philippe Abrams, vivido pelo excelente Kad Merad. Ele é um funcionário dos Correios que está com o casamento em crise e sonha com uma transferência para Riviera para tentar salvar o matrimônio, devido aos novos ares. Vendo suas oportunidades de mudança diminuírem pela preferência aos deficientes, Abrams tenta burlar a diretoria da empresa e se dá mal, sendo transferido para uma cidade no norte do país, onde se sabe que as pessoas são rudes e brutas.

Não deveria contar muito mais sobre o filme, pois perderia um pouco da graça, mas muitas confusões e temas como amor, amizade, super proteção, alcoolismo são abordados bem ao jeito francês de fazer cinema, rindo sempre que é pra não chorar.






Ficha Técnica
Título Original: Bienvenue chez les Ch'tis
Gênero:Comédia
Direção, Produtção e Roteiro: Dany Boon





*Eduardo Andolini é professor de educação física e língua inglesa e escreve sobre cinema para o AODC Notícias todas as quintas-feiras

20/06/2011

Reflexões sobre a poesia de Brecht

Por Rafael Frade


Perguntas de um trabalhador que lê

Quem construiu a Tebas de sete portas?
                                         Nos livros estão os nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedras?
E a Babilônia várias vezes destruída. 
Quem a reconstruiu tantas vezes? 
Em que casas Da lima dourada moravam os construtores? 
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a muralha de China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos de triunfo. 
Quem os ergueu?
 Sobre quem Triunfaram os Césares?
 A decantada Bizâncio Tinha somente palácios para seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida Os que se afogavam gritavam por seus escravos
Na noite em que o mar a tragou. 
O jovem Alexandre conquistou a Índia. 
Sozinho?
César bateu os gauleses. 
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada Naufragou.
 Ninguém mais chorou? 
Frederico ll venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande homem.
Quem pagava a conta? 
Tantas histórias. 
Tantas questões.

Os poemas de Bertold Brecht têm encantado gerações por sua mordaz crítica. Por isso, ao menos um deles faz-se merecedor de espaço nesse blog.

O poema acima reflete uma inquietude de Brecht quanto ao mérito dos fatos históricos. É um tanto nítido que suas indagações se destinam aos que conferem aos grandes nomes a glória por realizações de fato coletivas. A cada verso, o autor nos mostra um exemplo de um nome que ganhou fama pela realização e uma interrogação, fazendo-nos raciocinar sobre quem realmente agiu para que a história pudesse ser escrita.
                                                                                                                           
O interessante do poema é que ele continua vivo e significativo, podendo ter sua mensagem aplicada ao atual modo como a história é contada. Para isso, contamos com um famoso exemplo.

 “Getúlio Vargas, o pai dos pobres”, frase célebre dita na década de trinta. Vargas ganhou essa denominação por ter concedido uma série de direitos aos trabalhadores como férias, salário mínimo e aposentadoria. Contudo, o ex-presidente não concedeu os direitos aos trabalhadores: eles o conquistaram através de uma série de protestos e greves na época dos anarcossindicatos.

O mais impressionante é que a história ainda é contada dessa forma. Ainda é possível ouvir que a Princesa Isabel aboliu a escravidão no país, quando seu fim foi ocasionado por uma série de pressões internacionais e alterações na conjuntura econômica nacional. O intuito de tal versão dos fatos é tirar a ideia de que o cidadão comum, estudantes e trabalhadores, têm o poder de mudança.

Talvez o poema possa deixar uma mensagem aos cidadãos ditos comuns, apontando-os como os responsáveis pelo que aconteceu. Agindo ou observando, eles fazem história.


Um pouco sobre Brecht



Brecht foi um grande teatrólogo, dramaturgo e poeta alemão que viveu durante a primeira metade do século XX(1898 - 1956). No campo literário, produziu contundentes críticas aos problemas sociais que via, à forma como as relações humanas desenvolviam-se, críticas à guerra, à vida na cidade e à Alemanha nazista, a qual teve de deixar devido ao que escrevia. Seus poemas são verdadeiras aulas de história, pinturas da sociedade.

Caso alguém queira adentrar ao mundo literário de Brecht, há um excelente artigo de Leandro Konder publicado pelo IEA-USP (www.iea.usp.br/artigos/konderbrecht.pdf) de onde algumas informações deste artigo foram tiradas.

16/06/2011

Perguntas Mais Frequentes Sobre Viagem No Tempo

Por Eduardo Andolini


O humor britânico é reconhecido no mundo com o ícone "Monty Python". Mas se você acha que as comédias daquele país são sempre na linha de humor negro do grupo, aqui esta um filme que não deixa de "brincar" um pouco com as histórias de viagem no tempo contadas há anos e anos por cineastas de Hollywood, mas com um roteiro original e muito divertido.

Perguntas Mais Frequentes Sobre Viagem No Tempo é a história de três amigos, dois deles nerds e um cínico. Eles estão em um pub inglês quando acontece uma série de eventos: esbarram em uma garota bem a "frente do seu tempo". Depois de uma passadinha rápida no banheiro, eles descobrem que no futuro serão idolatrados como deuses, graças a uma idéia revolucionaria que um deles teve no mesmo dia. Porém, seus inimigos, que ainda nem os conhecem, vão fazer de tudo pra voltar ao passado e evitar que essa idéia saia daquele lugar.
 

É um filme cheio de diversão, confusões e muitas reviravoltas. Ótimo efeito visual. É diversão garantida pra quem entende tudo de viagem no tempo e pra quem não sabe nada aprender um pouco. Vai lhes render boas risadas por não ser uma comédia americana, em que você acaba assistindo peitos e bundas a cada dois minutos de filme.

Ficha Técnica

Título Original: Frequently Asked Questions About Time Travel
Gênero: Comédia, Ficção Científica
Direção: Gareth Carrivick
Roteiro: Jamie MathiesonProdutores:Jamie Mathieson, Joe Oppenheimer, Neil Peplow
País de Origem: Reino Unido

Ano de Produção: 2009


Confira o trailler:



*Eduardo Andolini é professor de educação física e língua inglesa e escreve sobre cinema para o AODC Notícias todas as quintas-feiras

imagens: IMDB

13/06/2011

6ª Mostra de Teatro do Centro Cultural Jabaquara


O Centro Cultural Jabaquara abre inscrições para a 6ª Mostra Teatral. Qualquer grupo pode participar com uma peça, esquete ou performance.
A mostra foi criada com o objetivo de popularizar o teatro, não só por apresentar gratuitamente suas peças, mas por buscar, nestas apresentações, despertar o interesse pelo teatro, na população como uma forma de lazer barata e de qualidade.
Outra característica da mostra é promover o debate sobre a arte teatral, com apresentações de grupos profissionais e amadores, em suas diversas linguagens e processos criativos. Em suas edições anteriores, contou com a participação de grupos tanto da cidade de São Paulo como de outras cidades.
A 6ª Mostra acontecerá nos dias 10, 17, 24 e 31 de julho de 2011, em dois horários, as 15h e as 18h.
Com abertura para grupos ou artistas, os trabalhos podem ter entre vinte minutos à uma hora e meia. Os horários e dias serão definidos por ordem de inscrição, ou adequados conforme necessidades da mostra e grupos.
As inscrições podem ser feitas pelo e-mail contato@aordemdocaos.com, ou direto no local:

Centro Cultural Jabaquara.
R. Arsênio Tavolieri, 45, - Jabaquara - São Paulo, SP
F. 11 5011-2421

04/06/2011

Agenda Cultural - Junho


Na Agenda Cultural deste mês, eu trouxe um pouco mais do que teatro. O espetáculo Instruções para Compor uma Peça - Se for viver, leia é uma boa pedida. Trata-se de uma historia onde três personagens que vivem em uma casa na Rua Humbolt, e resolvem fazer um manual de instruções para a vida. Estreia dia 2 de Junho e fica em cartaz até o dia 19. As apresentações ocorrem de quinta a sábado, às 21h e domingo às 20h, no Centro Cultural São Paulo, localizado à Rua Vergueiro, 1000 (Paraíso). Peça gratuita.

Vale conferir também a história de uma trupe de artistas falida que vive o conflito de permanecer unida, mesmo sendo inviável a existência do grupo. Sob a direção de Ticha Vianna, "A Última História" tem sua temporada de 3 a 25 de junho, sextas e sábados, às 21h (exceto dia 17) no TUSP (Teatro da Universidade de São Paulo), que fica na Rua Maria Antônia, 294, no bairro de Vila Buarque. Grátis.

Já no dia 25 de junho tem show de Marcelo Jeneci com participação especial de Tulipa Ruiz. A dupla canta o álbum “Feito pra acabar”. Além de Tulipa, o público poderá conferir parcerias feitas com Chico César e Arnaldo Antunes. A apresentação acontece na Tenda 1 do Sesc Osasco, a partir das 20h. O ingresso custa R$ 12,00 e estudante paga meia.

A Cinemateca traz uma série de filmes sobre diversidade sexual. Entre os curtas, documentários e ficções, são debatidos temas como a afirmação da identidade, a  violência, e os direitos humanos. A mostra vai de 4 a 28 de junho, terças e sábados ás 18h, na Cinemateca. O endereço para quem quiser conferir é Largo Senador Raul Cardoso, 207, Sala BNDS – Vila Mariana. Mais informações www.cinemateca.gov.br

E como não poderia deixar de ser, este mês tem nova temporada do grupo A Ordem do Caos. O espetáculo “O Rouxinol e a Rosa”, conto de Oscar Wilde, traz uma história emocionante, que indaga até onde é possível doar-se por amor. Adaptação de Juliana Galla e direção de Wellington Dias, a peça fica em cartaz no Centro Cultural Jabaquara, dias 05, 12 e 19 de junho, sempre às 18 horas. Entrada franca. 


* Lex Santos faz parte do grupo A Ordem do Caos e escreve para o AODC Notícias todos os meses, falando sobre as principais dicas culturais da cidade de São Paulo.


Imagem: http://www.guiazn.com.br/

03/06/2011

Rumo ao primeiro

Conseguimos!!

Em terceiro, rumo ao primeiro.





Muito obrigado pela força de todos.
Vamos continuar indo além, sempre.

AODC Rádio Web, feita de você para você

02/06/2011

O clássico Cinema Paradiso

Por Eduardo Andolini

O cinema está cheio de histórias comoventes, mas acho que uma das melhores é essa: Cinema Paradiso é simplesmente tocante, um filme simples sobre amizade e, de quebra, uma bela história de amor. 






O filme começa com Salvatore recebendo a notícia da morte de Alfredo, grande companheiro. O fato o faz lembrar da sua época de criança, quando vivia em uma cidadezinha na Sicília e tinha o apelido de Totó. A história fala sobre a paixão do menino pelo cinema e da amizade com o projecionista Alfredo, outro apaixonado pela sétima arte. Os anos passam e a insistência do garoto em aprender tudo que se pode sobre cinema os torna grandes amigos. 

Então Salvatore, cineasta de sucesso,  decide voltar à sua cidade, onde as lembranças são cada vez mais fortes.

O filme venceu o Oscar e o Globo de Ouro como de melhor filme estrangeiro de 1990.

É, com toda certeza, uma história inesquecível.

Ficha Técnica:
 
Título Original: Nuovo Cinema Paradiso
Gênero: Drama, Romance
Direção: Giuseppe Tornatore
Roteiro: Beatrice Bordone, Blasco Giurato, Giuseppe Tornatore, Vanna Paoli









*Eduardo Andolini é professor de educação física e língua inglesa e escreve sobre cinema para o AODC Notícias todas as quintas-feiras.


imagens: http://cinemovies2006.blogspot.com e http://closetdadany.blogspot.com

Retomando!

Garantindo o melhor do mundo cultural para você, o AODC Notícias retoma as atividades trazendo muitas inovações. Em breve, estaremos ar com um novo layout, além de nova plataforma de acesso e maior número de colaboradores.

Assim, você que deseja ficar antenado com as novidades e saber muito mais sobre o grupo de teatro A Ordem do Caos, poderá ter uma maior variedade de assuntos para se informar, opinar, discutir e colaborar conosco.

Contamos com você!

Para sugestões, envie um email para imprensa@aordemdocaos.com 

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