27/02/2013

A Arte de Eternizar

Por Sheila Borges



A arte de eternizar, unindo cotidiano e poesia.

Um olhar atento para diversas leituras.

Tornando a fotografia única e especial!

Apreciem e agucem seu olhar!


Sheila Borges é fotógrafa e estudante de Produção Audiovisual, participa de projetos culturais com alguns amigos e é uma grande apreciadora do cinema em geral. Ela escreve para o AODC Notícias quinzenalmente, sempre às terças-feiras. Aprecie fotografias que captam sentimentos, cotidiano urbano e muita arte em Sheila Borges Fotógrafa

20/02/2013

Espertirina entre operários, luta de classe, buquê explosivo e estêncil

Por Tamires Santana




A arte urbana como ferramenta para ampliação da bagagem sobre nossa própria cultura.  Foi esta a conclusão tirada ao deparar com a mensagem gravada em um muro da Vila Madalena (SP): "Você conhece Banksy mas não conhece Esperintirina". E a carapuça serviu. Pois é, quem é Espertirina?

Normal caso associe a nomes de remédios, aspirina ou uma forma frustrada em escrever "espertinha". Não, nada disto,  na verdade, é muito mais. Espertirina Martins (grafia correta) não é encontrada facilmente nos enlatados e superficiais livros de Histórias distribuídos nas escolas públicas e não está registrada no Dicionário Mulheres do Brasil (referência de pesquisa em certas situações), o que é uma pena. 
No início do século XX, mais precisamente nos anos de 1917, o país foi tomado por um levante de greves e protestos que reivindicavam melhores condições trabalhistas e itens básicos para a sobrevivência, como a diminuição do valor dos preços dos alimentos, água, bonde e aluguéis e, sobretudo, extinguir a exploração da mão de obra infantil e dar direitos que cabíveis à realidade da mulher operária. A vida urbana estava completamente tomada por greves e conflitos entre capitalistas e operários. E, em uma destas manifestações, um operário de Porto Alegre veio a falecer. 

Organizado o enterro da vítima por colegas de trabalho, também como forma de protesto, os operários, entre homens, mulheres, crianças e idosos, acompanharam o enterro em procissão paralelamente, seguia a brigada militar numa tentativa de conter as manifestações e reprimir o caso. 

Chegado o momento do  confronto eis que a protagonista, até pouco tempo atrás desconhecida, atuou mostrando o poder feminino de forma criativa. Vestida de noiva e carregando um buquê a militante capixaba de nome inusitado e originária de família anarquista se aproximou das tropas e jogou um buquê de flores que explodiu (um artefato explosivo estava escondido), matando metade dos militares e assustando os cavalos. Conhecida como "A Batalha da Várzea", os operários saíram na vantagem, e a greve dos Braços Cruzados teve a sua contribuição para a conquistas de direitos como a jornada de trabalho de oito horas, o fim do trabalho infantil, licença médica, indenização no caso de acidente de trabalho, licença maternidade entre outros direitos hoje comuns nos contratos de trabalhos.
Espertirina Martins (1902-1942) não é uma das figuras mais bem (re)conhecidas, mas sua coragem e ousadia no processo da luta pelos direitos trabalhistas tem suma importância para a sua época e para os atuais frutos colhidos. Renegada pelo ensino, mas jamais apagada da história. 

Um "viva" ao artista e sua obra, capazes de colocar à tona o que nos foi negado.


*A pintura do muro utiliza-se da técnica do estêncil e foi produzida pelo Armamento Visual e Mundano

Tamires Santana é jornalista e designer gráfico, além de militante em prol dos movimentos culturais na cidade de Francisco Morato. Escreve para a AODC Notícias sobre cultura, quinzenalmente, sempre às terças-feiras. Aprecie textos melancólicos, insensatos, apaixonados e quase nunca jornalísticos no blog O Filho é Meu.

18/02/2013

Nordeste: Terra onde o carnaval é pioneiro, mas o término dos festejos é derradeiro...

Por Junior Mattos

Muitos já devem ter ouvido falar em “carnaval antecipado” ou “carnaval prolongado” no nordeste. Pois bem, na região as celebrações duram muito mais tempo do que um simples fim de semana prolongado.

O carnaval nordestino é repleto de variações. Desde o maravilhoso frevo, das saídas de blocos de rua, do “Galo da Madrugada”, do boi-duro (bumba-meu-boi) e do tão admirável trio elétrico, que saúda uma displicente energia, onde muitos não encontram palavras para definir o contágio que lhes é causado. A emoção é incomparável, é fora do normal aos que conseguem ter o privilégio de presenciar essas dádivas que o Nordeste nos proporciona. Não é a toa que o carnaval nordestino ultrapassa no quesito de procura. Até mesmo dos tradicionais carnavais no sambódromo em São Paulo e Rio de Janeiro. Isso pode se provar por conta do setor de comércio e serviços, que é o que mais contrata nessa época, por conta da demanda gerada por turistas nas cidades.

Outra coisa que devemos considerar é que o carnaval soteropolitano é a maior festa popular do planeta, segundo o Guinness Book, e internacionalmente conhecido pelos desfiles de artistas famosos nos trios elétricos. Uma curiosidade que necessita que seja ressaltada é que o carnaval de Olinda é considerado o carnaval mais democrático do país, já que os foliões não precisam pagar para brincar, e conhecido por seus característicos Bonecos de Olinda, pelo ritmo do frevo e do maracatu, além de possuir o maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada, citado acima.

A alegria de cada folião é notável no fascínio do olhar. Cada indivíduo que festeja um único dia da carnavalesca alegria tem o prazer de voltar mais e mais vezes às terras quentes, onde o sol demora a se por, e o aconchego da região é insubstituível. Não é a toa que o carnaval não se limita apenas ao mês de fevereiro, pois as micaretas (carnavais fora de época) são frequentes em todo solo nordestino; me atrevo até mesmo a citar algumas com maior destaque, dentre eles o "Carnatal" em Natal; o "Fortal" em Fortaleza; o "Pré-Caju" em Aracaju; a "Micareta de Feira" em Feira de Santana; "Marafolia" em São Luís; e a "Micarande" em Campina Grande. Há também o "bumba-meu-boi" em São Luís do Maranhão.

Portanto, uma bela dica é que todos se programem e experimentem no ano que vem o maravilhoso carnaval do Nordeste. Mais um conselho: vá com tempo, pois é necessário ir antes e só voltar depois que a folia acabou em todo o país.

Junior Mattos tem 19 anos, é formado em Gestão de Recursos Humanos, estudante de teatro e gosta de ler, escrever e participar de atividades culturais. Ele colabora com o AODC Notícias quinzenalmente, falando sempre sobre a cultura nordestina.

07/02/2013

A caminho do carnaval

Por Fabiola Linhares




Já que muitas pessoas comemoram o carnaval, trouxe uma foto hoje que define a minha dica, afinal, nada melhor que um breve aviso:

Se você for dirigir, não beba. O caminho pode ser sem volta.

Aproveite o carnaval, comemore intensamente, mas com moderação para que ele seja somente alegria. Boas festas pra você que se diverte, boa viagem pra você que pega a estrada e boa semana de carnaval pra você que descansa! [=

Fabiola Linhares é estudante de Publicidade e Propaganda e quer se especializar em fotografia. Adora música e é eclética, porém tem fã-clubes dedicados a dois artistas. Ela colabora com o AODC Notícias quinzenalmente, sempre às quintas-feiras, com seus olhares em matérias sobre foto e imagem.

06/02/2013

Carnaval: da manifestação popular à banalidade

Por Tamires Santana


O que se compreende por carnaval, em inúmeras regiões do mundo, é relativo. Dos lados de cá, o mais popular é aquele formato de samba, alegorias, fantasias e, mais recentemente, futilidade e depravação. As palavras poderiam sair da boca de um crente, mas na realidade ganham as passarelas da literatura por alguém que é simplesmente apaixonada por este universo: eu.

Pra começo de conversa, saindo do eixo Rio-São Paulo-Salvador, diga-se de passagem, esta manifestação popular também é encontrada no Frevo, Ilê Ayê, desfile de blocos, bailes de salão, afoxé, trio elétrico etc. Compreendê-lo está muito além de se contentar com os enlatados transmitidos pelas grandes emissoras.

São aparentemente diferentes, quando na realidade todas as formas de manifestação tomam o mesmo objetivo: fazer a alegria do povo. Entretanto, não é tudo “oba, oba”, como as aparências sugerem. Há o lado esquecido, hoje obscuro, inalcançável ao conhecimento popular, disponível apenas àqueles que bebem desta cultura e sabem do seu real significado e, limitando-se ao carnaval das escolas de samba, da forma mundialmente conhecida, dá-se pra ter uma ideia de como as coisas não andam nada bem.

Uma escola de samba, principalmente por meio dos sambas-enredos, tinha como objetivo ser ponto de resistência dos negros, valorização da autoestima; local em que se poderia retratar sua cultura, fatos históricos não narrados pela história oficial. Também enfocaria a colaboração do negro e o índio para a formação do Brasil, retomando as raízes perdidas, cantaroladas com composições poéticas e contagiantes.

¹Em pouco mais de 20 anos, os compositores das escolas de samba, negros em sua maioria, tinham abandonado o ufanismo estéril e a apologia das elites, mergulhando em sua própria história, compreendido o valor civilizacional da África e passando a produzir um discurso combativo e, por que não dizer, político.
Incomensuravelmente, a importância do samba de enredo no incremento da autoestima da população negra, na educação do país como um todo, no aprofundamento das discussões sobre a questão racial brasileira.

Após as atividades oficiais, as escolas promoviam desfiles nos bairros durante os dias restantes reservados à festividade, agregando pra si a participação da comunidade. Nos desfiles de hoje, tudo é cronometrado, os participantes são literalmente empurrados para dentro da passarela do samba e obrigados a seguir uma coreografia, perdendo a espontaneidade dos tempos anteriores.

Sua industrialização domina o real sentido da raiz social e cultural e o que temos como eixo central: seios cada vez mais siliconados e bumbuns empinados, sem contar o extinto 'samba no pé', exibido pela estrela global bem à frente da bateria (considerada o coração da escola). E assim, o Carnaval das escolas de samba se perde em meio à banalidade e ostentação.

¹ Livro Samba de enredo história e arte, página 109; Autores: Alberto Mussa e Luiz Antonio Simas; Ano 2010, editora Civilização Brasileira.

Tamires Santana é jornalista e designer gráfico, além de militante em prol dos movimentos culturais na cidade de Francisco Morato. Ela escreve para o AODC Noticias sobre cultura, quinzenalmente, sempre às terças-feiras. Aprecie seus outros textos, melancólicos, insensatos, apaixonados e quase nunca jornalísticos em: http://ofilhoemeu.blogspot.com.br/

Cidade

Por Sheila Borges

Na natureza de concreto passam seus operários por destinos diferentes. 
Procurando incertezas em qualquer "banca de informação", e transforma o cenário banal em algo distinto e interessante. 
Selva de Pedra, um vai e vem de emoções. Muitas realidades numa só cidade!
(trecho de uma composição de Higor Borges)


Agucem e apreciem seu olhar!
Até mais, galera!


Sheila Borges é fotógrafa e estudante de Produção Audiovisual, participa de projetos culturais com alguns amigos e é uma grande apreciadora do cinema em geral. Ela escreve para o AODC Notícias quinzenalmente, sempre às terças-feiras. Aprecie fotografias que captam sentimentos, cotidiano urbano e muita arte em Sheila Borges Fotógrafa

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