Por Carol Zanola
"Vale a pena escrever, mesmo que você não saiba onde vai bater. É
por isso que eu escrevo."
Ignácio de Loyola Brandão
Créditos: Gui Mohallem/Revista Lindemberg
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Eu preciso ler,
preciso me transportar mesmo que por poucos minutos para lugares que nunca fui,
mas onde irei?
Para vidas que não são a minha, mas que me sensibilizam. Para momentos
históricos que não presenciei fisicamente, mas que fazem parte da nossa
história.
Essa semana passei
por uma experiência incrível. Essa necessidade de ler me "prega"
algumas peças. A dessa semana, foi a procura enlouquecedora por uma revista de
mitologia que vi em uma rede social de um grande veículo. Ainda não achei a
revista (aceito presentes), mas me deparei com o catálogo de uma das livrarias
que estive e para a minha surpresa um dos meus escritores favoritos (além de
celebre jornalista, autor e roteirista) estava na capa. A curiosidade foi
tamanha que parei na própria livraria, comprei um café e li, li e li.
As peripécias
contadas pelo grande Ignácio de Loyola Brandão, passam por redações de grandes
jornais e revistas, pelo cinema e pelo
seu canto, seu apartamento em São Paulo. O autor diz que muitas vezes se
impressiona com o poder de um texto " Um texto que você escreve dentro de
um apartamento em São Paulo, vai bater em alguém".
Zero mostra um romance satírico que tem como plano de fundo a ditadura militar |
A sétima arte foi o
primeiro degrau de uma carreia linda e cheia de experiências fantásticas
mostradas em alguns de seus trabalhos.
Só de pensar que o próprio começou a escrever porque soube que os críticos
de cinema não pagavam a entrada. Santo cinema! Que descobriu esse talento por
meio da opinião sobre o filme "Rodolfo Valentino".
Seu primeiro livro
gerou um reboliço no cenário brasileiro, "Zero" foi recusado por quatro editoras e acabou sendo
lançando primeiro em italiano. O lançamento do título só foi possível em um
período mais ameno da história do nosso país. A obra conta a história de um
casal cômico que vivia em meio aos destroços de uma sociedade reprimida.
Questionado sobre esse período, Loyola diz que “A censura trouxe
a lição de manter a minha integridade e estar sempre pronto contra tudo que
possa ameaçar essa minha liberdade, mas ele [livro] é o que me lançou
nacional e internacionalmente, porque foi o primeiro livro nos anos 70 que
contou o que estava acontecendo”.
Tantas histórias,
experiências, lugares, pessoas e situações são retratadas em sua obra. Vale a
pena se envolver com algum dos contos, crônicas, livros. Vale a pena conhecer
Loyola!
Ignácio de Loyola Brandão, abrilhantou minha tarde de segunda-feira.
Fontes:
http://www.ignaciodeloyolabrandao.com/Files/BiografiaPdf/biografia_loyola.pdf
http://www.releituras.com/ilbrandao_bio.asp
http://www.infoescola.com/biografias/ignacio-de-loyola-brandao/
http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2013/11/ignacio-de-loyola-brandao-participa-de-encontro-literario-em-santarem.html
http://www.globaleditora.com.br/autores/busca-de-autores/?AutorID=139
http://www.globaleditora.com.br/catalogo-geral/literatura-brasileira/?colecao=129&LivroID=1560
Carol Zanola é assistente de arte. Tem formação superior em Produção Multimídia. Apaixonou-se logo cedo pelo cheirinho de jornais e revistas e nunca dispensa um belo café. Estudante da Oficina de Teatro 2013, do grupo A Ordem do Caos.