30/05/2014

"Videogames e narrativa"

Por Marcel Avolio

Graficamente, videogames têm evoluído desde o fim dos anos 80. O foco na criação de gráficos realistas se tornou cada vez mais importante para as desenvolvedoras manterem uma vantagem competitiva e atenderem às demandas dos jogadores. Mas gráficos realmente são a única coisa que importa em videogames? Alguns dizem que sim, outros que não. Em geral, a “jogabilidade” costuma ser considerada o mais importante, uma vez que uma experiência divertida é criada por uma jogabilidade envolvente.

Porém, há quem argumente que uma experiência que permanece com o jogador, mesmo após os créditos finais, provém de uma história bem contada. Jogos realmente envolventes permanecem com você por conta de elementos da história que o fizeram sorrir, rir, chorar ou até mesmo mudar sua percepção de jogos em geral. Similar à sensação daquele livro do qual você não conseguiu desgrudar ou aquele filme que marcou sua vida, afinal, quem nunca terminou um desses e sentiu-se triste por chegar ao fim da história ou por começar a sentir falta das personagens. Com o aumento de jogos criados por desenvolvedoras independentes, os chamados jogos “indie”, esse foco em história e narrativa também tem se tornado mais proeminente, umas vez que as pequenas desenvolvedoras não têm acesso aos recursos mais avançados. Por outro lado, há franquias que têm contado grandes histórias há décadas; grandes exemplos seriam Final Fantasy e The Legend of Zelda. Ken Levine, o criador e principal roteirista de Bioshock e Bioshock Infinite, criou histórias que rivalizam grandes romances e filmes. 

“Cena de Final Fantasy 7, lançado em 1997
pela então Squaresoft
Com o passar do tempo, tem ficado cada vez mais nítida a influência de Hollywood na criação de jogos; assim como filmes, também há os chamados jogos “blockbuster”, com histórias simples, foco em ação, animação e efeitos especiais e que podem ser concluídos em um final de semana. Por outro lado, há aqueles jogos os quais você pode levar meses para terminar tudo o que oferecem; com uma história profunda e personagens carismáticos, esses normalmente se enquadram na categoria de RPG (Role Playing Game).

Contudo, isso não é tão fácil quanto parece; como manter esse equilíbrio entre narrativa e jogabilidade?  O que diferencia um jogo de um filme de cinema, por exemplo, é que o jogador tem controle sobre as ações dos personagens contidos na trama. Inclusive, há muitos jogos com reviravoltas e desfechos diferentes com base nas escolhas feitas durante o jogo. Um exemplo seria a trilogia Mass Effect, da Bioware, onde você escolhe desde a aparência e as falas do protagonista até decisões que afetam a trama da trilogia inteira. 

“Mass Effect e sua escolha de diálogos”
Por isso, é importante que o foco na narrativa não tire muito o controle do jogador; mesmo os mais aficionados irão começar a sentir certa monotonia, já que não é isso o que buscavam ao comprar um jogo; se quisessem somente assistir a uma história, teriam ido atrás de filmes ou séries.

É claro, no fim das contas, é tudo uma questão de público alvo, afinal, há vários tipos de jogadores. Há aqueles que só querem algo para passar o tempo sem terem que pensar muito, enquanto há outros que nem sequer se interessam por jogos se não tiverem algum tipo de enredo por trás. Mas uma coisa é certa: as desenvolvedoras estão cientes de que uma boa narrativa faz grande diferença e, com o aumento das tecnologias, espera-se que as formas de narrativa progridam junto, para que os jogos possam atingir todo o seu potencial.


Fonte das imagens:



Marcel Avolio é formado em letras-inglês, é tradutor e professor de inglês e integrante do grupo A Ordem do Caos.

23/05/2014

Hoje quero lhe chamar para “Jantar”...

Por Pamela Gomes

Isso mesmo! “Jantar”, de Moira Buffini.


Moira Buffini
Jantar: obra teatral de dramaturgia Inglesa, que foi indicada como a melhor comédia do ano na Inglaterra, em 2003. Moira Buffini, a autora do texto, iniciou escrevendo um drama e ao terminar viu que na verdade se tratava de uma comédia, um tanto quanto ácida, porém muito boa. 


Em entrevista ao jornal The Independent, Buffini falou sobre seu processo de criação:
"Toda vez que tento escrever sobre algo realmente sério, acaba se tornando cômico. Em Dinner, queria mostrar um mundo fora do comum. Por isso, deliberadamente, criei personagens inteligentes, educados e liberais, mas miseravelmente egoístas, com um vazio espiritual e moral em seus corações. É trágico, realmente, mas segui adiante, pois também é extremamente engraçado". Disse ela.
Pela primeira vez uma obra da dramaturga inglesa é encenada no Brasil. E “Jantar” ganha sua versão com tradução de André Carvalho e direção de Mauro Baptista Vedia.
"A peça se caracteriza pela riqueza das personagens, muito singulares e excêntricas. Procuro dirigir os atores de forma a cada um deles ter uma composição única diferente. Cada um com seu tempo, voz e corpo próprios. Tento encontrar o que chamo de interpretação polifônica", conta o diretor Mauro Baptista Vedia. 
A peça acontece na casa de um casal bem-sucedido, onde acontece um jantar para comemoração do sucesso do livro de auto-ajuda do anfitrião. No decorrer da peça podemos acompanhar a forma bem empregada por Buffini, para nos mostrar a vaidade e egoísmo que podem destruir o ser humano.





Esta em cartaz no CCBB (Centro Cultura Banco do Brasil) até dia 11 de julho.

Dias: Quartas, quintas e sextas-feiras.
Horário: 20hs 
Preço: Inteira R$ 10,00 / Meia: R$ 5,00
Elenco: Erika Puga, Hélio Cicero, Juliana Vedovato, Marco Barreto, Mauro Schames, Michelle Boesche e Victor de Seixas.



Fontes:
Guru.bafta
Folha Iustrada
Teatrojornal.com.br


Pamela Gomes é formada em Produção Multimídia, trabalha com edição fotográfica e de vídeo, estudante da Oficina de Teatro do grupo “A ordem do Caos” desde 2013. 




20/05/2014

Paralisia do sono: A experiência de viver um pesadelo acordado

Por Diego Lima


Quem nunca passou pela situação de deitar e logo após entrar no estado de vigília “pescando” (quase dormindo/quase acordado), sentir um “zumbido” no ouvido e/ou formigamento no corpo, acompanhado de uma sensação de pavor pelo fato de não conseguir movimentar nenhum membro do seu corpo? Pois é, essa é a paralisia do sono, quem nunca sentiu diz que é coisa de maluco, quem sentiu (como eu) e já passou pela experiência, pode afirmar que são as coisas mais ruins que podem sentir, é uma sensação que parece que você irá morrer. Por minutos você não consegue mexer nenhum membro do seu corpo, mas consegue abrir os olhos e visualizar tudo em sua volta. É, geralmente, seguido de alucinações, vozes, vultos, ou presenças de pessoas no local onde você esta, seu coração acelera, você se apavora e acorda desesperado, foi assim que me senti quando tive pela primeira vez, abaixo vou descrever a minha primeira experiência com vocês:

- 19/04/2012, Fiquei acordado até tarde como de costume pois necessitava terminar um estudo para a empresa, tomei café para tentar amenizar o sono. No auge do meu cansaço, coloquei roupas leves e deite-me com o braço esquerdo em meu rosto, acabei deitando de barriga para cima, estava muito ansioso por conta das entregas de trabalho que iria realizar no dia seguinte, às vezes acordava durante a noite sem sono e olhava no relógio que sempre deixo do lado esquerdo da cama,  o ponteiro marcava firmemente 2:00AM, não conseguia dormir, então decidi ler um livro, após 5 frases de leitura, meus olhos não aguentavam e acabei cochilando, escutei um barulho no quarto que me fez assustar-me e escutei um “zumbido” no ouvido, meu corpo estava formigando por completo, abri os olhos e tentei levantar e nada, só abria os olhos, mãos, pés não se movimentavam, comecei a entrar em pânico, naquela hora pensei realmente que estava tendo uma parada cardíaca/respiratório ou um derrame, meu coração batia muito forte, um enorme peso no peito me pressionava para baixo, como não conseguia mexer a cabeça presenciei algo muito estranho no quarto pela visão periférica, ( aparentemente uma criança), veio em direção a mim, e subiu na cama, nesse momento tentei gritar mas parecia que não saia nada, comecei a entrar em pânico total, parecia que quanto mais mexia-me mais ficava pior, era como estivesse caindo em uma areia movediça, meus movimentos eram em vão. De repente consegui levantar-me e parei no meio da cama, suado, tremendo, as coisas estavam no mesmo lugar, meus irmãos estavam deitados no mesmo lugar, tudo era tão real, olhei no relógio e estava marcando 2:01AM, não acreditei que só havia passado 1 minuto, parecia que estava a horas travado. Desde então comecei a estudar mais sobre o caso, comecei estudar o cérebro humano e as fantásticas peças que o mesmo pode nos pregar. Posso afirmar, até hoje isso acontece, mas nenhuma sensação foi tão ruim quanto à primeira, hoje eu consigo me controlar e quando isso acontece fecho os olhos e penso: - isso não é real!


Em outros casos eu apenas fechava os olhos e tentava relaxar, posso dizer que quando você consegue controlar e perder o medo, deixando levar sem se preocupar, mentalizando que aquilo não existe, você acaba sentindo uma paz muito grande e uma leveza enorme em seu corpo como estivesse flutuando, (nem sempre isso acontece).

Para a ciência isso tem explicação, para as religiões são viagens astrais, demônios, entidades sobrenaturais, contatos com outros seres... e ai vai...

O que pode favorecer ter a paralisia do sono?

As causas da paralisia do sono podem estar relacionadas ao estilo de vida, tais como a privação do sono ou por fatores que podem aumentar a frequência nos episódios deste distúrbio como:

  • Dormir de barriga para cima;
  • Estresse elevado;
  • Mudança rápida de ambiente ou na vida do indivíduo;
  • Uso de drogas alucinógenas;
  • Sono induzido através de medicamentos.


A paralisia do sono é um distúrbio pouco conhecido e que pode acontecer pelo menos 1 vez na vida em qualquer indivíduo.

Como consigo saber quando esta acontecendo a paralisia do sono?
Os sintomas da paralisia do sono, que podem ajudar a identificar quando esta acontecendo:
  • Não conseguir mover o corpo apesar de estar supostamente acordado;
  • Sensação de falta de ar;
  • Sensação de angústia e medo;
  • Sensação de estar caindo ou flutuando sobre o corpo;
  • Alucinações auditivas como ouvir vozes e sons não característicos do local;
  • Sensação de afogamento.

·         Um outro sintoma que pode ser comum na paralisia do sono é a sensação de haver outros indivíduos estranhos no mesmo ambiente quando na realidade não há.

Por que isso acontece...do lado científico
A ciência acredita que o diagnóstico para a Paralisia do Sono é claro e simples, a Paralisia do sono ocorre durante o sono REM (Parte do sono onde os sonhos são mais vívidos) e nesse período o cérebro neutraliza o movimento dos músculos para que o corpo não se machuque durante a intensidade dos sonhos. É justamente neste momento que o indivíduo desperta sua consciência (por atividade química ou fisiológica). Ou seja, a pessoa desperta enquanto todo o restante de seu corpo está paralisado pelo cérebro.
Para ser mais preciso, podemos dividir o sono em duas fases: 
REM (Movimento Rápido dos Olhos) e NREM (Movimento Não Rápido dos Olhos).
Estágio 1: É a fase de sonolência, onde o indivíduo começa a sentir as primeiras sensações do sono. Nessa fase a pessoa pode ser facilmente despertada;
Estágio 2: Dura em média de 5 a 15 minutos. No estágio 2 a atividade cardíaca é reduzida, relaxam-se os músculos e a temperatura do corpo cai. É bem mais difícil de despertar o indivíduo.
Estágio 3: Muito semelhante com o estágio 4, diferencia-se apenas em relação ao nível de profundidade do sono, que é um pouco menor.
Estágio 4: Dura cerca de 40 minutos. É a fase onde o sono é muito profundo.

A fase do NREM é muito importante para o corpo, uma vez que é nela que ocorre a secreção dos hormônios do crescimento, sendo também essencial para a recuperação de energia física. É na fase NREM que realmente existe o descanso profundo e menor atividade neural. Após a fase 4, o indivíduo retorna ao estágio 3, estágio 2 e entra na fase REM.

O REM é caracterizado pela intensa atividade cerebral, muito semelhante ao estado de vigília, nessa fase ocorrem movimentos oculares rápidos, o que explica o nome do estágio. É no REM que ocorrem os sonhos. Embora a fase do REM não resulte em um descanso profundo, ela é importante para nossa recuperação emocional.

Se você já teve alguma experiência, fique a vontade em contar-nos
Até a próxima, durma de “bruços” esta noite ;).

Fontes:


Diego Lima é estudando de Sistemas da informação, trabalha como analista de sistemas e é estudante da oficina teatral A Ordem do Caos 2014. 


16/05/2014

Espalhe essa praga e deixe que ela te pegue também!

Por Jessika Martins

“O negócio é espalhar a palavra. O livre pensar. A poesia. 
Mostrar que ela, como toda praga que se preze está aí, em todo lugar.”


Hoje, o que é praga para você? Ao final da leitura desta matéria, te convido a voltar aqui e responder a essa pergunta novamente.

Com o intuito de espalhar a poesia, o Projeto Praga é uma iniciativa de ocupação de espaços, disseminando não só a poesia como também o que ela pode proporcionar, além de incentivar a expressão artística.

As ações do projeto contam também com o “Sarau da Praga”, que é itinerante e acontece pelo menos uma vez no mês, e os “Cartões-Postais”, onde o objetivo é que, de mão em mão se propaguem a poesia, ou seja, ao receber a poesia, passe pra frente, espalhe, compartilhe!

Cartão-Portal do Projeto Praga

Cartão-Portal do Projeto Praga

Nesse mês, o projeto faz um ano de atividades e para comemorar, o Sarau da Praga está aí! Acontecerá nessa quinta, dia 22 de maio, às 19h na Praça da Sé. Vamos lá, pegar essa praga?

Quer saber mais sobre o #projetopraga e ficar sabendo dos saraus e intervenções que acontecem por aí?
Visitem a página no Facebook: 
"Projeto Praga"








Fontes:


Fotos e Citação do início da matéria: Projeto Praga


“Jessika Martins está no 1º ano de Psicologia e é estudante da Oficina teatral A Ordem do Caos de desde 2013.”

15/05/2014

O Cinza Predomina…

Por Bianca Mota



Quem nunca notou a presença de grafites nas ruas, prédios e muros de São Paulo? Bem, eles não passam despercebidos, até porque são os grafites que deixam a cidade mais colorida, alegre e reflexiva. Se você é um apreciador das artes de rua, vai entender como é triste e frustrante descobrir que essas obras foram apagadas como se não fossem nada de importante para a nossa cultura.

Recentemente,  alguns grafiteiros se reuniram na Nova Radial Leste de Itaquera para pintar um muro com a autorização da Subprefeitura. O trabalho realizado deixou a avenida mais interessante, mas o que realmente chamava atenção era o fato de, alguns dos grafites, terem como referência críticas em relação a copa. Depois de uma semana que essas obras foram concluídas a Subprefeitura mandou remover os grafites sem qualquer tipo de explicação. Isso não só deixou os grafiteiros indignados, como também afetou o humor de quem passa por lá.   





Não é a primeira e nem a última vez que isso irá acontecer, temos como exemplo uma das obras da dupla “OsGemeos” que também foi apagada na Vila Mariana, mas que nesse caso, não faz nenhum tipo de crítica.




O artigo 5º, inciso IX, da Constituição Federal em vigor, garante a liberdade artística independente de qualquer censura ou licença. ”É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;”, diz o artigo do capítulo dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos.


Grafitar é uma liberdade artística e não há motivos para que ela seja censurada. O grafite é cultura, apagar essas obras do mapa significa apagar a nossa identidade. É deixar apenas o cinza predominar…





“Amanhece! E na cidade é possível ver e sentir a presença de novas cores
Cores que deixam a cidade com toque de novo. Um toque com vários sabores
As paredes já não estão mais tão vazias… Sem almas
Agora elas representam amores, com flores e calmas

Desperta a atenção da mais jovem à mais idosa. E todos arriscam palpites.
Mal imaginam que quem fez aquelas artes são os discriminados ‘heróis do grafite’
Em questão de tempo aquela obra já não pode ser mais vista
É como um amor não correspondido. Não tem nem tempo de despedida

Vem então o conflito. “Mas foi autorizado pela prefeitura, senhor juiz.”
Isso não importa, no fundo o que eles querem realmente é uma cidade infeliz
Mas a arte não pode parar, tem muita parede vazia precisando se alegrar
Enraizada nas almas os grafites ficarão, e para sempre será de muitos a eterna paixão.”
-
Caetano Araújo


Referências:
Subprefeitura permite grafites em Itaquera e depois apaga trabalho: http://www.itaimpaulista.com.br/portal/index.php?secao=news&subsecao=5&id_noticia=2433
Imagens:
2 - Tirada por Bianca Mota na Av. José Pinheiro Borges (Nova Radial Leste). Grafite feito por Todyone.



Bianca Mota tem 17 anos e é estudante da Oficina Teatral A Ordem Do Caos de 2014.

12/05/2014

A sétima arte

Por Fernanda Franca



CINEMA, do grego κίνημα - kinema quer dizer "movimento".  Sétima manifestação artística estabelecida por Ricciotto Canudo no "Manifesto das Sete Artes".

O cinema existe graças à invenção do cinematógrafo, inventado pelos Irmãos Lumière no fim do século XIX. Em 28 de dezembro de 1895, na cave do Grand Café, em Paris, os dois realizaram a primeira exibição pública e paga na história do cinema: uma série de dez filmes, com duração média de 40 a 50 segundos cada (os primeiros rolos de película tinham apenas quinze metros de comprimento).

Durante muitos anos os filmes eram exibidos em preto e branco e em silêncio, tendo em alguns música ao vivo, efeitos ou diálogos escritos que são muito famosos e, até hoje, usados como referência para descrever e caracterizar o cinema das décadas anteriores. Charles Chaplin é o maior exemplo que temos, mestre desta arte é conhecido mundialmente pelo excelente trabalho.
  

  

Com o passar do tempo, à duração dos filmes foram aumentando, cores aparecendo e finalmente o uso da voz, exigindo ainda mais dos atoresO filme australiano "The Story of the Kelly Gang" de 1906 é conhecido como o primeiro longa-metragem da história tendo a duração de 70 minutos.



FORMAS DE CINEMA:

- Cinema Mudo
- Longa-metragem
- Curta-metragem
- Documentário
- Cinema de Animação
- 3D



Como não amar essa arte?! Arte que envolve e emociona. Sempre vem a memória um filme, uma história que nos encantou e nos levou a lugares onde nunca imaginamos. Para o espaço, para o mais profundo do mar, ver pessoas, culturas... É realmente uma viagem. Ficamos ansiosos com uma estreia, com a possibilidade de estar no escurinho e curtir uma pipoca na frente da telona e de estar nas inesquecíveis poltronas vermelhas.

Fonte:
http://cinedraive-in.yolasite.com/hist%C3%B3ria.php ///// FOTO
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinema
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_cinema
http://lueniatavares.blogspot.com.br/2012/08/um-pouco-da-poesia-de-charles-chaplin.html //// FOTO

Fernanda Franca é estudante da Oficina Teatral A Ordem do Caos 2014. 

09/05/2014

O "renascimento" da contracultura

Por Caetano Araújo 


Em meados da década de 60, surge um movimento que busca derrubar as barreiras impostas socialmente e politicamente; mais do que uma forma de manifestar a insatisfação com a situação de repressão vivida na época, o movimento buscava uma mudança radical na sociedade. Uma mudança ideológica. Esse movimento ficou conhecido como contracultura.

Mas de que forma a contracultura age na sociedade nos dias de hoje?  Qual importância desse movimento para a transformação de ideais políticos? 

Se formos buscar um marco representativo para a contracultura, teremos como principal ação e evento contracultural o Festival de Woodstock (ocorrido em Nova Iorque no ano de 1969). Mais do que um festival musical, o evento reuniu e mostrou para o mundo o rompimento ideológico da época.

As principais características desse movimento, em sua origem, eram:
  •  a busca pela liberdade  de expressão;
  •  a valorização da natureza;
  •  a fuga da cultura de massa; 
  •  reivindicações políticas.
Porém o movimento acabou recebendo, por muitos, uma conotação negativa. 

Umas das maiores críticas ligadas à contracultura foi voltada para relação dos participantes com drogas ilícitas (principalmente cocaína e maconha). 
Por muito tempo teve-se a ideia de que artistas contraculturais necessariamente eram usuários desses produtos.

Com o passar das décadas o movimento foi "caindo no esquecimento" da população. Ao entrar na segunda década do século XXI o movimento volta a ganhar força nas diversas formas de manifestação cultural e social.

Se na década de 60 as referências desse movimento estavam ligadas diretamente ao "movimento hippie", hoje a contracultura está bastante relacionada ao "movimento RAP". Músicos e compositores ligados à essa forma de expressão artística enxergam e buscam passar em suas composições o que é conhecido como "aquilo que a mídia esconde". Ou seja, eles buscam mostrar a censura que a população sofre muitas vezes sem perceber. Além dessa forma de expressão, outros segmentos são fortemente ligados com a contracultura, como é o caso dos grupos denominados "punks".



Segundo  Rhandus Maurício Santana, conhecido Scooby, músico-compositor desde 2007 "o movimento influencia muito na liberdade das pessoas serem o que elas querem e inovarem suas vidas e estilos de como querem viver". 



Porém, o movimento não limita-se apenas à musica. A contracultura está ligada desde o vestuário de uma pessoa até o alimento que ela opta por comer. O que vem ocorrendo, entretanto, é que determinados grupos de mídias e políticos têm utilizado desse movimento para se promoverem. Acabam se denominando "defensores" da contracultura para assim conseguirem seus objetivos (na maioria das vezes com fins lucrativos).

No geral, a contracultura foi e ainda é uma forma dos artistas expressarem suas insatisfações com o que muitas vezes a sociedade, mídia ou grupos políticos impõem.



Caetano Araújo é estudante da oficina teatral A Ordem do Caos | 2014

02/05/2014

Me fotografe mais pela retina dos seus olhos lindos!

Por Carol Zanola

"A partir desse momento, a sociedade imunda se lança, como um único Narciso, à contemplação de sua imagem trivial sobre o metal. Uma loucura, um fanatismo extraordi­nário se apodera de todos esses adoradores do sol. Estranhas aberrações se produzem”.
(Charles Pierre Baudelaire)


Calma Baudelaire! Tudo podia piorar e piorou. A preocupação do poeta francês era com a essência e reprodução da obra. Já a minha é com o excesso de informações e imagens que vemos todos os dias, pois tudo é motivo para um #foto, um #compartilhamento, uma # hashtag. Como o poeta, a maioria de nós se rendeu a arte de fotografar, mas será que tudo deve ser eternizado em um frame? Será que estamos nos esquecendo de viver o momento e apenas tirando mais uma foto?

Em 2013, a palavra "selfie" virou uma febre entre os usuários de redes sociais e acabou entrando para o renomado Dicionário de Oxford. A palavra se originou do termo "self-portrait", que significa autorretrato, daí surgiu o neologismo: selfie. A inserção no dicionário inglês ocorreu pelo aumento da utilização do termo em quase 17.000% só no último ano. Segundo o professor de psicologia da Universidade da Califórnia, Larry Rosen "Selfie é uma nova maneira de expressão. Doses excessivas, contudo, podem ser nocivas a seus praticantes".
  
Uma simples coincidência foi o estopim de toda esta revolva. Fui a uma peça e algumas pessoas não abaixavam seus celulares e câmeras. Isso foi me incomodando, pois eu perdi diversos momentos por conta de um flash ou de um "barulho de click". Continuei com esse incomodo em outros eventos que eu fui no decorrer dos dias e acabei me deparando com o texto de Baudelaire, que inflamou ainda mais o que eu estava sentindo. Sou uma amante da fotografia como forma de arte e acho que alguns de nossos momentos devem ser retratados, mas nada de acessos.
  
Será que necessitamos mostrar ao mundo onde estamos? O que fazemos? Qual o valor dessa imagem? E os outros ao meu redor? A única certeza que tenho é que a última pergunta nem passa pela cabeça de alguns. Observe os detalhes. Veja o invisível.

“A câmera não faz diferença nenhuma. Todas elas gravam o que você está vendo.
Mas você precisa VER”
(Ernst Haas, fotógrafo austríaco e um dos fundadores da famosa agência Magnum).


“EXCESSO DE IMAGENS E DE REGISTROS”Neste vídeo, o fotógrafo português, Alfredo Cunha, diz que há uma preocupação excessiva em “registrar a vida”.


Fontes:

*Título com referência à música "Disritmia"- Martinho da Vila -
*Fonte da imagem: banco de dados Shutterstock





Carol Zanola é Assistente de Arte. Tem formação superior em Produção Multimídia. Apaixonou-se logo cedo pelo cheirinho de jornais e revistas e nunca dispensa um belo café. Estudante da Oficina de Teatro do grupo A Ordem do Caos.

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