Por Pamela Gomes
"Recuso-me
a ser considerada excepcional, deficiente.
Não sou. Sou
surda.
Para
mim, a língua de sinais corresponde à minha voz,
Meus olhos são meus
ouvidos.
Sinceramente
nada me falta.
É a sociedade que me torna excepcional..."
É a sociedade que me torna excepcional..."
(“Vôo da gaivota” - Emmanuelle Laborrit )
Se
eu disser a palavra “Libras” o que te vem na cabeça? Signo? Moeda?
OK.
Bem compreensivo se você não conhece a Língua Brasileira de Sinais “LIBRAS”. Vamos
entender um pouquinho desse universo:
A Língua de Sinais (LS) é a língua natural das comunidades surdas, pois é
através dela que surdos se comunicam entre si e com pessoas que já
aprenderam a interpretá-la.
Muitos, ao verem surdos e mudos se comunicando, acham que estão se utilizando de
gestos aleatórios e mimicas mas, estão completamente enganados, pois a língua de
sinais tem sim sua própria estrutura gramatical, não basta apenas saber os
sinais, e sim sua gramática, para que se possa combinar as frases
e estabelecer a comunicação.
A língua de sinais não é universal.
Isso mesmo, em cada lugar do mundo ela
muda, são usados sinais diferentes, mas que podem ser interpretados e entendidos por quem não é da localidade, assim como quem sabe pouco do inglês mas “se
vira” nos EUA.
Siglas da Língua de Sinais em outros países |
O que difere a língua de sinais das demais línguas é a sua modalidade visual-espacial, ou seja, os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento das mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde esses sinais são realizados. A mesma formação das mãos feita em lugar diferente no espaço ou do corpo adquire outro sentido. Assim como na língua oral possui significados diferentes para a mesma palavra em regiões diferentes do Brasil na Libras isso também ocorre.
Acho fascinante essa língua e o convívio com pessoas surdas me mostrou que os limitados somos nós, pois para eles a vida não tem limites.
Acho fascinante essa língua e o convívio com pessoas surdas me mostrou que os limitados somos nós, pois para eles a vida não tem limites.
Fontes:
Pamela Gomes é formada
em Produção Multimídia, trabalha com edição fotográfica e de vídeo, estudante
da Oficina de Teatro do grupo “A ordem do Caos” desde 2013.