Por Eduardo Andolini
Glauber de Andrade Rocha nasceu em Vitória da Conquista no dia 14 de março de 1939. Em 1957, quando cursava direito na Universidade da Bahia, filmou "Pátio" com recursos, digamos, reciclados. No ano seguinte, trabalhou no Jornal da Bahia como repórter e depois assumiu a direção do suplemento literário.
Depois de produzir "A Grande Feira", de Roberto Pires, trabalhou na produção de "Barravento", de Luiz Paulino dos Santos e acabou assumindo a direção após refazer o roteiro. Quando finalizou as gravações, foi premiado na Europa e exibido pelo mundo todo. Em 1963, lançou "Deus e o Diabo na Terra do Sol", que concorreu ao prêmio Palma de Ouro no Festival do Filme em Cannes.
Um ano agitado para o cineasta foi 1965. Depois de criar a Mapa Filmes junto com Walter Lima Jr., foi preso com outros intelectuais durante um protesto contra o regime militar. No ano seguinte, foi lançado o que, para mim, é sua grande obra, "Terra em Transe". Estrelado por Paulo Autran, o filme chegou a ser proibido no país, mas liberado logo após atender 'algumas condições'. Ganhou o prêmio Luis Buñuel e o da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica. Depois de ser exibido no Festival de Cannes, foi premiado em Cuba, na Suíça e também no Brasil.
Desestimulado com o crescimento da repressão no Brasil, em 1971 Glauber partiu para o exílio. Apresentou a tese "Eztetyka do Sonho" na Universidade Columbia, em Nova Iorque. Depois, já no Chile, filmou mas não terminou um documentário sobre os brasileiros lá exilados.
Em 1976 retornou ao Brasil. Em 1977, o curta-metragem "Di Cavalcanti" ganhou prêmio especial do júri do Festival de Cannes. Seu ultimo longa foi "A Idade da Terra", em 1980, um filme com conceitos revolucionários.
Glauber Rocha faleceu em 1981 aos 42 anos.
"Inventar-te-ia antes que os outros te transformem num mal-entendido."
Glauber Rocha
*Eduardo Andolini é professor de educação física e língua inglesa, membro do grupo A Ordem do Caos e escreve sobre cinema para o AODC Notícias.
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