Por Eduardo Andolini
Todos os gênios são considerados loucos quando incompreendidos. Se era Louco ou Gênio, é uma questão de opinião, mas o que podemos ter certeza é de que Glauber Rocha era diferente.
Ele simplesmente reinventou o cinema brasileiro e é referência de grandes cineastas no mundo todo. Porém, no Brasil, boa parte da crítica discorda disso. Glauber fazia sua arte de uma forma tão única que, quem é acostumado a padrões, principalmente aos de hoje, torce muito o nariz para seus filmes.
O cineasta nunca ligou muito pra isso, era radicalmente contra o cinema "por dinheiro”: fazia cinema pela arte e era radicalmente contra os chamados “filmes comerciais.” Com toda certeza teria calafrios nos dias atuais.
É também muito presente nas obras do diretor a política, expressando sempre suas opiniões de forma bem direta, o que nem sempre fazia com outras idéias.
Uma curiosidade interessante: os amigos mais próximos contam que ele sempre dizia que iria morrer aos 42 anos, pois era a reencarnação de Castro Alves. Quanto mais conhecemos a vida e a obra de Glauber Rocha, mais temos dúvida se ele era realmente louco ou um gênio sem comparações.
"Queria você profundamente aberta
Num beijapaixonado sem memória e futuro
Num beijapaixonado sem memória e futuro
Queriaprazer desintegrado no infinitamor de nossos corpos desconhecidos
Queria um rio negro
como brancocontando a Vytoria
De uma tragycomedia morta
Queria o maramoroso
De tua pele viva
E a poesia da madrugada"
Desejo, de Glauber Rocha
Imagens e poema: www.tempoglauber.com.br
*Eduardo Andolini é professor de educação física e língua inglesa, membro do grupo A Ordem do Caos e escreve sobre cinema para o AODC Notícias.
*Eduardo Andolini é professor de educação física e língua inglesa, membro do grupo A Ordem do Caos e escreve sobre cinema para o AODC Notícias.
Agora entendi de onde tirou a foto.
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