29/09/2014

Bye, bye, Orkut!

Por Gi Olmedo


Um dos diversos memes existentes relacionados ao Orkut
O Orkut está com os dias contados. Após mais de dez anos, amanhã, 30 de setembro, a rede será descontinuada e ficará apenas na lembrança dos cerca de 43 milhões de brasileiros que chegaram a utilizá-la. Quem não se recorda de suas comunidades, a sorte do dia, os convites (que depois caíram e foi possível entrar por meio de cadastro) o famoso “só add com scrap” e os depoimentos comprometedores que normalmente vinham com a frase “não aceita, tá?” – e mesmo assim eram publicados, por pura desatenção do usuário. Pois é, o site vai deixar saudades.

Criada por Orkut Buyukkokten, engenheiro de software e ex-gerente de produtos da Google, a rede era tão popular no país que 56% de seus usuários do mundo todo eram daqui, sendo que 82% dos brasileiros acessavam a internet apenas com o intuito de ver o site de relacionamento. Enquanto isso, nos EUA, na época (entre 2004–2007) a febre era o My Space.

Com o encerramento de suas atividades, a Google orienta os usuários do Orkut a salvarem suas informações de perfil, fotos e comunidades lá armazenadas  por meio do Google Takeout. A blogueira aqui até tentou fazer o backup do site por lá, porém não conseguiu resgatar seus scraps e nem todas as fotos foram salvas. Minha opção foi subir para a nuvem todas as imagens e vídeos por meio do Google Plus, com seu aplicativo de sincronização de fotos. Alí, consegui recuperar todas as imagens. Entretanto, meus recados e comunidades, estes vão para o limbo virtual.

É inegável que o Orkut revolucionou a internet, ao menos no Brasil. Não havia tamanha interatividade como se vê hoje, se compararmos com o período anterior ao surgimento da rede social. Após o estouro do Facebook, em meados de 2008, a maioria dos "orkuteiros" migrou para lá (embora eu ainda tenha alguns colegas que simplesmente desistiram de utilizar as redes sociais por acharem o website e as regras de privacidade de Mark Zuckerberg complexas). De uma forma ou de outra, o Orkut deu o pontapé inicial para o boom de mídias sociais que vieram anos depois de seu lançamento. Isso colaborou com a inclusão digital no país (tinha gente que tinha perfil no site, mas sequer sabia utilizar seu e-mail) e a rede se expandiu tanto que, hoje em dia, tudo o que é popularesco virou sinônimo de orkutização.

Pra reviver um pouco do Orkut, há sites dedicados à rede, como o Pérolas (antigamente chamado Pérolas do Orkut, e que hoje abriga as postagens mais engraçadas da internet) e um lançado recentemente, o Tumblr Meu Backup do Orkut, com todos os comentários sobre o fim da ferramenta e, claro, suas "bizarrices". No Facebook, há páginas especialmente dedicadas ao ex-concorrente, como o SDDS Orkut, a Comunidades do Orkut, a Recados Desgraçados do Orkut (uma paródia daqueles irritantes – ou não – gifs que eram mandados por meio dos recados e cegavam nossos olhos de tanto glitter), a Orkut Já era, que posta notícias sobre o fim do site, revive as zoeiras da época e dá dicas sobre novos aplicativos de relacionamento e a Unidos pelo Orkut, que “compara” de forma bem humorada as duas redes. Vale conferir.

Fazer amigos, rever velhos conhecidos, colegas da infância e da escola, se conectar com parentes distantes, obter informações sobre determinados assuntos por meio de fóruns e até encontrar um grande amor. São inúmeras as possibilidades que o Orkut proporcionou aos internautas brasileiros. Mas e você? Do que mais gostava no site?

"Obituário" da Tv Folha para o Orkut 

Gi Olmedo é jornalista e atua na área editorial, como revisora e preparadora de textos. Ela escreve para o blog AODC Notícias quinzenalmente, sempre às segundas-feiras.

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