12/04/2012

Design: um mundo complexo – a profissão do século XXI


Por Ligia Mendes*


O design pode ser considerado uma das áreas mais importantes de nossa época. É assustador como alguns consumistas e até mesmo alguns designers não têm consciência da  extrema importância dessa profissão.
O design é uma visão do mundo renovado, sendo um dos poucos setores que pensam num sistema como um todo, o que é difícil de ser feito. A graduação nesse meio ainda é regida por ideias dos anos 60, portanto, ainda é possível trazer mais inovações às grades didáticas.

Estamos num mundo material envolto em uma camada de informação, cada vez mais regido pela imaterialidade. Hoje, a forma não caminha mais com a função que lhe é permitida. Ela garante apenas um parecer do que é tal coisa, pois sua funcionalidade abrange variadas configurações. Para ser mais clara, tomemos como exemplo dois relógios: um da década de 70 e outro lançado em 2011 - a sua forma é o relógio em si, certo? Entretanto, sua funcionalidade não é apenas mostrar as horas, mas sim, outra gama de variedades, que faz com que essa relação entre função e forma não seja mais a mesma há algumas décadas.

Para ser um designer é preciso entender alguns termos como:

·   Identidade: a reação que os consumidores têm (a favor ou contra) a tal roupa, acessório etc;
·  Experiência: em que é possível travar relações de intimidade e até amor com coisas materiais;
·   Memória: é fundamental para um bom repertório. A experiência pode ser deslocada de seu ponto de partida e materialidade como artefato. 


     Nesses termos, e, claro, em outros mais, está a chave de como fazer um produto ser tão querido que faça ninguém querer jogar fora. O lixo é um artefato desprovido de significado, portanto é preciso entender o comportamento de seu público e estudar seu objeto para que o mesmo se torne um produto eterno, que sirva para muitas atividades. 

O mundo do designer é movido de criatividade e observações. É possível criar a partir de qualquer inspiração aleatória: andando na rua, vendo a natureza, num churrasco, observando móveis, imóveis, frutas, enfim... Tudo nos manda uma mensagem subliminar, já que a criatividade não tem limites.
Uma cadeira, por exemplo, não é apenas para sentar. Quando um garçom a coloca em cima da mesa a mesma vira um objeto de comunicação que diz “vá embora”. Se você tentar sentar neste momento, você não vai conseguir. O designer é capaz de sugerir atitude, estimular comportamento e equacionar problemas complexos com aparente simplicidade, até mesmo de subverter ideias preconcebidas sobre o próprio design.

Ser um designer é perceber, é administrar, é criar, é mudar comportamentos... Sim, o design é uma das profissões mais importantes do século XXI.

*Texto baseado na palestra “DESIGN: ABRINDO PARA UM MUNDO COMPLEXO”, apresentada por Rafael Cardoso.


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