Por Ligia Mendes*
O
design pode ser considerado uma das áreas mais importantes de nossa época. É
assustador como alguns consumistas e até mesmo alguns designers não têm
consciência da extrema importância dessa profissão.
O
design é uma visão do mundo renovado, sendo um dos poucos setores que pensam num
sistema como um todo, o que é difícil de ser feito. A graduação nesse meio ainda é regida por ideias dos anos 60,
portanto, ainda é possível trazer mais inovações às grades didáticas.
Estamos
num mundo material envolto em uma camada de informação, cada vez
mais regido pela imaterialidade. Hoje,
a forma não caminha mais com a função que lhe é permitida. Ela garante apenas um parecer do que é tal coisa, pois sua funcionalidade abrange
variadas configurações. Para ser mais clara, tomemos como exemplo dois
relógios: um da década de 70 e outro lançado em 2011 - a sua forma é o relógio
em si, certo? Entretanto, sua funcionalidade não é apenas mostrar as horas, mas sim, outra gama de variedades, que faz com que essa relação entre função e forma não
seja mais a mesma há algumas décadas.
Para
ser um designer é preciso entender alguns termos como:
· Identidade: a reação que os consumidores têm
(a favor ou contra) a tal roupa, acessório etc;
· Experiência: em que é possível travar
relações de intimidade e até amor com coisas materiais;
· Memória: é fundamental para um bom repertório. A experiência pode ser deslocada de seu ponto de partida e materialidade
como artefato.
Nesses termos, e, claro, em outros mais, está a chave de como fazer um produto ser tão querido que faça ninguém querer jogar fora. O
lixo é um artefato desprovido de significado, portanto é preciso entender o
comportamento de seu público e estudar seu objeto para que o mesmo se torne um
produto eterno, que sirva para muitas atividades.
O
mundo do designer é movido de criatividade e observações. É possível criar a
partir de qualquer inspiração aleatória: andando na rua, vendo a natureza, num
churrasco, observando móveis, imóveis, frutas, enfim... Tudo nos manda uma
mensagem subliminar, já que a criatividade não tem limites.
Uma
cadeira, por exemplo, não é apenas para sentar. Quando um garçom a coloca em
cima da mesa a mesma vira um objeto de comunicação que diz “vá embora”. Se você
tentar sentar neste momento, você não vai conseguir. O
designer é capaz de sugerir atitude, estimular comportamento e equacionar
problemas complexos com aparente simplicidade, até mesmo de subverter ideias
preconcebidas sobre o próprio design.
Ser
um designer é perceber, é administrar, é criar, é mudar comportamentos... Sim,
o design é uma das profissões mais importantes do século XXI.
*Texto baseado na palestra “DESIGN:
ABRINDO PARA UM MUNDO COMPLEXO”, apresentada por Rafael Cardoso.
Imagens:
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