Por Tamires Santana
Sabe a Bina? Sim,
o identificador de chamadas? Pois bem, lendo a Piauí deste
mês, quase sem querer,querendo, descubro sobre a exaustiva
trajetória do aparelho/serviço desde a sua inversão, até os dias
de hoje.
Me deparei com a
tecnologia quando ainda criança – se bem que não faz tanto tempo
assim, ainda estou na fila pra tomar posse do meu direito de me
tornar bicho grilo, adulto e maduro. Achei aquilo
im-pres-si-o-nan-te. Em uma cabeça a serviço das “maravilhas do
mundo fantástico de Bob”, o aparelho era criação dos japoneses.
Acredito que ainda não perdi a mania de achar que todas as
maravilhas tecnológicas que me impressionam são invenções dos
japoneses.
Nãooooooooo!
Esqueça os japoneses. Desta vez, a estatueta de melhor inventor vai
para o mineiro: Nélio José Nicolai. Hoje ele mora na casa dos
setenta anos e não se cansa em reivindicar a pequena fortuna que lhe
pertence devido aos royalties (valor que se paga ao inventor para que
a empresa tenha o direito - constitucional - em usar e explorar a
invenção economicamente) que lhe foram negados até hoje. São 20 anos acumulando processos jurídicos. Alguém
aí pague a patente, por favor?!
Bina é a sigla de
"B identifica o número de A". Uau! Genial. A primeira
versão foi criada e batizada em 1980 e a ideia veio em um sonho.
Segundo Nélio, ele tentava resolver o problema da brincadeira (sem
graça) que existe até hoje: os trotes telefônicos. E dá para
acreditar que ele acertou logo no primeiro protótipo?! Pior, ao
apresentar o projeto, a então empregadora Telebrasília não o
incentivou a desenvolver a ideia porque a estatal achava que
identificar o número de quem fazia a chamada seria uma invasão de
privacidade. Hahahaha! O executivo que deu esta resposta até hoje
deve se lamentar (se é que ele já não morreu, é claro).
Enfim, Nélio
registrou a patente em 1980 e só depois de dois anos empenhou-se em
colocar a ideia em prática. A Telefônica é a empresa mais
divergente ao dar informações que eu conheço, agora ela se junta a
Vivo (e vice versa) e o que temos: clientes descabelados e
chorosos. É difícil afirmar com convicção, mas, pelo menos quando
eu ligo na central, ainda hoje a Vivo-Telefônica insiste em colocar
e cobrar o serviço a parte do pacote telefônico. Eu nem queria
mesmo!
Tudo bem, não
precisamos da Vivo-Telefônica, andamos acompanhados com a Bina todos
os dias, praticamente 24h, nos celulares, tablets, smartphones e todas
as parafernálias que servem para um monte de coisa, inclusive,
atender e fazer ligações.
Da próxima vez
que olhar para o visor do seu aparelho eletrônico, diga: “Olá,
Bina”.
Tamires Santana é jornalista e designer gráfico, além de militante em prol dos movimentos culturais na cidade de Francisco Morato. Ela escreve para o AODC Noticias sobre cultura e variedades, quinzenalmente, sempre às terças-feiras. Aprecie textos melancólicos, insensatos, apaixonados e quase nunca jornalísticos em: http://ofilhoemeu.blogspot.com.br/
Pior que sempre achei que BINA era um teco japonês mesmo.... Eita preula.
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