22/12/2012

Diga “olá” assim que B identificar o número de A

Por Tamires Santana
Sabe a Bina? Sim, o identificador de chamadas? Pois bem, lendo a Piauí deste mês, quase sem querer,querendo, descubro sobre a exaustiva trajetória do aparelho/serviço desde a sua inversão, até os dias de hoje.
Me deparei com a tecnologia quando ainda criança – se bem que não faz tanto tempo assim, ainda estou na fila pra tomar posse do meu direito de me tornar bicho grilo, adulto e maduro. Achei aquilo im-pres-si-o-nan-te. Em uma cabeça a serviço das “maravilhas do mundo fantástico de Bob”, o aparelho era criação dos japoneses. Acredito que ainda não perdi a mania de achar que todas as maravilhas tecnológicas que me impressionam são invenções dos japoneses.
Nãooooooooo! Esqueça os japoneses. Desta vez, a estatueta de melhor inventor vai para o mineiro: Nélio José Nicolai. Hoje ele mora na casa dos setenta anos e não se cansa em reivindicar a pequena fortuna que lhe pertence devido aos royalties (valor que se paga ao inventor para que a empresa tenha o direito - constitucional - em usar e explorar a invenção economicamente) que lhe foram negados até hoje. São 20 anos acumulando processos jurídicos. Alguém aí pague a patente, por favor?!

Bina é a sigla de "B identifica o número de A". Uau! Genial. A primeira versão foi criada e batizada em 1980 e a ideia veio em um sonho. Segundo Nélio, ele tentava resolver o problema da brincadeira (sem graça) que existe até hoje: os trotes telefônicos. E dá para acreditar que ele acertou logo no primeiro protótipo?! Pior, ao apresentar o projeto, a então empregadora Telebrasília não o incentivou a desenvolver a ideia porque a estatal achava que identificar o número de quem fazia a chamada seria uma invasão de privacidade. Hahahaha! O executivo que deu esta resposta até hoje deve se lamentar (se  é que ele já não morreu, é claro). 
Enfim, Nélio registrou a patente em 1980 e só depois de dois anos empenhou-se em colocar a ideia em prática. A Telefônica é a empresa mais divergente ao dar informações que eu conheço, agora ela se junta a Vivo (e vice versa) e o que temos: clientes descabelados e chorosos. É difícil afirmar com convicção, mas, pelo menos quando eu ligo na central, ainda hoje a Vivo-Telefônica insiste em colocar e cobrar o serviço a parte do pacote telefônico. Eu nem queria mesmo!
Tudo bem, não precisamos da Vivo-Telefônica, andamos acompanhados com a Bina todos os dias, praticamente 24h, nos celulares, tablets, smartphones e todas as parafernálias que servem para um monte de coisa, inclusive, atender e fazer ligações.
Da próxima vez que olhar para o visor do seu aparelho eletrônico, diga: “Olá, Bina”.



Tamires Santana é jornalista e designer gráfico, além de militante em prol dos movimentos culturais na cidade de Francisco Morato. Ela escreve para o AODC Noticias sobre cultura e variedades, quinzenalmente, sempre às terças-feiras. Aprecie textos melancólicos, insensatos, apaixonados e quase nunca jornalísticos em: http://ofilhoemeu.blogspot.com.br/

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