Por Ingrid Pierazzo
Chegou com o amigo e sentou-se à mesa que situava num lugar
movimentado demais para o que viria acontecer depois. Tinha uma camisa
propriamente escolhida e o cabelo distraidamente arrumado para frente e para o
lado. Não sabia dizer se estava lá só de passagem.
Levantou-se da mesa onde estava e a menos do um passo sentou-se
junto ao banco do piano, logo à esquerda. Tocou: duas lentas, duas rápidas, uma
lenta e duas rápidas.
Perto do que, incomumente, havia acabado de acontecer num
ambiente como aquele, já não fazia a menor diferença saber o porquê de ele
estar ali.
De passagem ou não? Era mesmo contratado? Não?
Estava pouco arrumado para quem era contratado e muito
arrumado para quem só andava por aquele lugar.
Tocou, com aqueles dedos curtos e rápidos, canções demais
para quem estava de passagem e de menos para quem havia sido contratado.
Miniconto de Ingrid Pierazzo
Ingrid Pierazzo, 20 anos, e estudante de design, é apaixonada pelas artes e por todas as formas que a represente e escreve quinzenalmente, toda segunda-feira, para o blog AODC Noticias.
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