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27/05/2016

Sobre certas casas antigas e recordações

Por Danilo Moreira


Dia desses, enquanto tirava a poeira do meu blog pessoal após ficar mais de seis meses sem acessá-lo, decidi ver a lista de blogs que eu seguia – algo que eu não checava há muito tempo. Boa parte eu conheci no finado Orkut ou quando cursava a faculdade de Jornalismo. Nestes antigos links encontrei registros de amigos pessoais e virtuais quando eram mais jovens, e que de maneira geral, assim como eu, carregavam dentro de si uma vontade feroz de colocar para fora o que sentiam ou simplesmente brincavam com seus devaneios. 

Vi textos antigos de gente que adorava divagar em extensos parágrafos redundantes e hoje atiram objetividade e sutileza apenas com os olhos. Pessoas que pareciam ter saído da novela Malhação hoje cravam seus nomes em universidades, na mídia, nos movimentos sociais, e/ou tornaram-se pais e mães de família extremamente ocupados. Ou são tudo isso, mas, quando sentem vontade de se expressarem preferem escrever textões no Facebook. Há também os que desencanaram de tentar entender o mundo e a si mesmos, e hoje apenas vivem, deixam-se levar pelo mar imprevisível da vida. E é claro, tem quem hoje publica seus conteúdos em sites mais profissionais. E os antigos registros continuam lá nas suas antigas casas, guardados, jogando na nossa cara como o tempo passa rápido. 

Há os que anunciaram oficialmente um ponto final no blog, fechando a porta de malas prontas para embarcarem em outra fase de suas vidas – talvez uma na qual não fosse mais necessário ser traduzida em palavras ou expostas para os leitores. Outros apenas somem, priorizam outras questões urgentes na vida, deixam aquele espaço no guardado como um objeto dentro de uma gaveta, ou jogado para sempre na estrada. Mas tem quem ainda continua na ativa, mas talvez pela falta de tempo, paciência ou inspiração, posta textos mais enxutos. Ou apenas volta para dizer que está sem tempo para voltar. Pelo que calculei por cima (me perdoem, sou de Humanas), desde 2007 – ano que entrei na blogosfera – somente três blogs que sigo desde essa época continuam em plena atividade até hoje. Os demais foram encerrados ou pararam de serem atualizados. 

As coisas realmente mudaram... Também me dei conta de que não temos mais as famigeradas comunidades de blogueiros no Orkut (e seus joguinhos estilo “Avalie o blog acima”, “Comente no blog acima”, “Divulgue seu blog” e afins). Lembro também daqueles selos/prêmios que enchiam nossos egos, como “Este blog é Cinco Estrelas”, “Este blog é incrível”, ou os memês, na qual a pessoa te fazia um desafio como “Poste as cinco músicas que você mais gosta”, e então você desafiava outros amigos blogueiros a fazerem o mesmo. Era gostoso, divertido, e em muitas dessas brincadeiras fiz bons amigos – com algumas dessas amizades felizmente ainda posso contar até hoje. 

A sensação que tive ao navegar por esses links foi a de andar por várias casas antigas desabitadas, porém, repletas de objetos e recordações. São nesses momentos que observamos o quanto as pessoas que queremos bem evoluíram. Talvez nem elas mesmas tenham essa noção do quanto cresceram. Eu sinto o mesmo quando leio meus textos antigos, mesmo com erros ou visões que hoje não concordo. Faz bem, ainda mais naqueles dias que vêm aquelas dúvidas existenciais sobre o que você é, deseja e possui. Já sobre aqueles cujo tempo afastou nosso contato inclusive virtual, só me resta torcer para que estejam bem. 


Danilo Moreira é jornalista e escritor. Além de gostar de observar e delirar sobre as entrelinhas do cotidiano, também produz conteúdos voltados à Criatividade no site Gênio Criador. Trabalhou no teatro por três anos com atuação e criação de roteiros. Seu blog pessoal é o Ponto Três. Escreve mensalmente para o AODC Notícias.

08/11/2013

Deep Web: a rede obscura

Por Tamires Santana

Provavelmente já ouviu dizer que o ser humano não usa nem 10% da sua capacidade cognitiva. Pois bem, recentemente descobri que esta mesma falha acontece ao respirarmos e, mais recentemente, talvez tardiamente, descobri que o local onde todos nós nos encontramos também é apenas uma pequena parte do todo. A internet, máxima construção dos homens, instrumento de integração global, a mãe para todos da geração Y, não é apenas uma ferramenta para se navegar. É possível afundar e conhecer um oceano sombrio e cheio de segredos. Via de mão dupla, ao mesmo tempo em que leva em direção ao conhecimento, leva ao mundo da perdição (isto inclui as horas no Facebook quando há tarefas pra dar “prum” pau).


Como tudo na vida existe um mundo paralelo, uma marca do X enquanto versus, (vida material X espiritual, mundo legal X ilegal...), eis o ponto: Deep web, a rede obscura. Consultando a enciclopédia mais confiável do mundo, a Wikipédia, um ponto importante se esclarece:

Não deve ser confundida com a dark Internet, na qual os computadores não podem mais ser alcançados via Internet, ou com a Darknet, rede de compartilhamento de arquivos” 


Tirando os questionamentos referentes ao uso do “dark” (negro por quê? Algum problema em ser negro?), entende-se que na Deep Web se encontra o que os sites de buscas, como o Google, não localizam. Algo mais específico como: tráfico de drogas, de crianças de países pobres, de órgãos, de armas, pedofilia, pornografia (infantil), matador de aluguel, exploração sexual, terrorismo, seitas religiosas, grupos radicais, canibalismo, os sempre presentes hackers... a lista é extensa e perversa demais para ser citada. Enfim, se trata de práticas que geram vagas e mais vagas de emprego para agentes na Polícia Federal e FBI.
São sites acessados via proxy  - mecanismo que não rastreia o número do IP. Existem vários tutoriais na net que explicam como adentra neste mundo obscuro. Sendo um deles dando a primeira dica: baixar o Firefox e o Tor, o que permite anonimato na internet. Chegando lá, a coisa é um pouco confusa, pra começar pelos endereços, mas nada que a curiosidade não consiga explorar e encontrar.
Sendo assim, preparo psicológico e estar em dia com o funcionamento do estômago são dicas importantes de se seguirem a risca, além de ter um bom antivírus e firewall, ambos atualizados, pois lá fica confirmado: o ser humano, dotado de inteligência, consegue demonstrar e explorar, de várias formas, a crueldade que existe em si.  Agora imagine isto na coletividade. Mais do que um mundo paralelo (ilegal), é importante atentar-se que existem diferentes finalidades, de todos os níveis.

Mas como?
Você pode estar se perguntar como é que isto surgiu e ainda se mantem.
“Em grande parte, a deep web existe, assim como a própria internet, graças à força militar dos Estados Unidos. Neste caso, graças ao Laboratório de Pesquisas da Marinha do país, que desenvolveu o The Onion Routing para tratar de propostas de pesquisa, design e análise de sistemas anônimos de comunicação. A segunda geração desse projeto foi liberada para uso não-governamental, apelidada de TOR e, desde então, vem evoluindo... Em 2006, TOR deixou de ser um acrônimo de The Onion Router para se transformar em ONG, a Tor Project, uma rede de túneis escondidos na internet em que todos ficam quase invisíveis. Onion, em inglês, significa cebola, e é bem isso que a rede parece, porque às vezes é necessário atravessar várias camadas para se chegar ao conteúdo desejado” (fonte:  Olhar Digital).

Na verdade a Deep Web não é manipulada por alienígenas, pelo grupo do Bin Laden, nem pelo Americano ou Russo. Não, são conteúdos navegando na própria dimensão Word Wide Web, só que, pelo endereço estar criptografados, não ficam “panguando” como os sites tradicionais.

Complete a frase: onde há demanda há? Oferta seria a resposta. O que significa que a parte invisível da internet só se mantém porque existe louco pra tudo.
E se deseja saber mais sobre o assunto, vale a pena pesquisar. Existem milhares de sites que passam dicas do que é preciso ter, saber, fazer ou o que vai encontrar.

Interessante? Caso deseja explorar a rede obscura, mantenha a cabeça no lugar, pois pode ver tantas outras sem ela, além de que, lembre-se de que se encontra em um mundo com liberdade, mas quanto a responsabilidade... Acrescente traumatizante.





Tamires Santana é jornalista e designer gráfico, além de militante em prol dos movimentos sociais na cidade de Francisco Morato. Escreve para o AODC Noticias sobre cultura e variedades, quinzenalmente, sempre às sextas-feiras. Aprecie artes gráficas em http://tamisantana.wix.com/oficial e textos melancólicos, insensatos, apaixonados e quase nunca jornalísticos em: http://ofilhoemeu.blogspot.com.br/

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