Por Tamires Santana
Provavelmente já ouviu dizer que
o ser humano não usa nem 10% da sua capacidade cognitiva. Pois bem,
recentemente descobri que esta mesma falha acontece ao respirarmos e, mais
recentemente, talvez tardiamente, descobri que o local onde todos nós nos
encontramos também é apenas uma pequena parte do todo. A internet, máxima
construção dos homens, instrumento de integração global, a mãe para todos da
geração Y, não é apenas uma ferramenta para se navegar. É possível afundar e
conhecer um oceano sombrio e cheio de segredos. Via de mão dupla, ao mesmo
tempo em que leva em direção ao conhecimento, leva ao mundo da perdição (isto
inclui as horas no Facebook quando há tarefas pra dar “prum” pau).
Como tudo na vida existe um mundo
paralelo, uma marca do X enquanto versus, (vida material X espiritual, mundo
legal X ilegal...), eis o ponto: Deep web, a rede obscura. Consultando a
enciclopédia mais confiável do mundo, a Wikipédia, um ponto importante se
esclarece:
“Não deve ser confundida com a dark Internet, na qual os computadores não podem mais ser alcançados via Internet, ou
com a Darknet, rede de
compartilhamento de arquivos”
Tirando os questionamentos
referentes ao uso do “dark” (negro por quê? Algum problema em ser negro?), entende-se
que na Deep Web se encontra o que os sites de buscas, como o Google, não localizam.
Algo mais específico como: tráfico de drogas, de crianças de países pobres, de
órgãos, de armas, pedofilia, pornografia (infantil), matador de aluguel,
exploração sexual, terrorismo, seitas religiosas, grupos radicais, canibalismo,
os sempre presentes hackers... a lista é extensa e perversa demais para ser
citada. Enfim, se trata de práticas que geram vagas e mais vagas de emprego
para agentes na Polícia Federal e FBI.
São sites acessados via proxy - mecanismo que não rastreia o número do IP.
Existem vários tutoriais na net que explicam como adentra neste mundo obscuro.
Sendo um deles dando a primeira dica: baixar o Firefox e o Tor, o que permite
anonimato na internet. Chegando lá, a coisa é um pouco confusa, pra começar
pelos endereços, mas nada que a curiosidade não consiga explorar e encontrar.
Sendo assim, preparo
psicológico e estar em dia com o funcionamento do estômago são dicas
importantes de se seguirem a risca, além de ter um bom antivírus
e firewall, ambos atualizados, pois lá fica confirmado: o ser humano, dotado de
inteligência, consegue demonstrar e explorar, de várias formas, a crueldade que
existe em si. Agora imagine isto na
coletividade. Mais do que um mundo paralelo (ilegal), é importante atentar-se
que existem diferentes finalidades, de todos os níveis.
Mas como?
Você pode estar se
perguntar como é que isto surgiu e ainda se mantem.
“Em grande parte, a
deep web existe, assim como a própria internet, graças à força militar dos
Estados Unidos. Neste caso, graças ao Laboratório de Pesquisas da Marinha do
país, que desenvolveu o The Onion Routing para tratar de propostas de pesquisa,
design e análise de sistemas anônimos de comunicação. A segunda geração desse
projeto foi liberada para uso não-governamental, apelidada de TOR e, desde
então, vem evoluindo... Em 2006, TOR deixou de ser um acrônimo de The Onion
Router para se transformar em ONG, a Tor Project, uma rede de túneis escondidos
na internet em que todos ficam quase invisíveis. Onion, em inglês, significa
cebola, e é bem isso que a rede parece, porque às vezes é necessário atravessar
várias camadas para se chegar ao conteúdo desejado” (fonte: Olhar Digital).
Na verdade a Deep
Web não é manipulada por alienígenas, pelo grupo do Bin Laden, nem pelo Americano
ou Russo. Não, são conteúdos navegando na própria dimensão Word Wide Web, só
que, pelo endereço estar criptografados, não ficam “panguando” como os sites
tradicionais.
Complete a frase:
onde há demanda há? Oferta seria a resposta. O que significa que a parte
invisível da internet só se mantém porque existe louco pra tudo.
E se deseja saber
mais sobre o assunto, vale a pena pesquisar. Existem milhares de sites que
passam dicas do que é preciso ter, saber, fazer ou o que vai encontrar.
Interessante? Caso
deseja explorar a rede obscura, mantenha a cabeça no lugar, pois pode ver
tantas outras sem ela, além de que, lembre-se de que se encontra em um mundo
com liberdade, mas quanto a responsabilidade... Acrescente traumatizante.
Tamires Santana é jornalista e designer gráfico, além de militante em prol dos movimentos sociais na cidade de Francisco Morato. Escreve para o AODC Noticias sobre cultura e variedades, quinzenalmente, sempre às sextas-feiras. Aprecie artes gráficas em http://tamisantana.wix.com/oficial e textos melancólicos, insensatos, apaixonados e quase nunca jornalísticos em: http://ofilhoemeu.blogspot.com.br/
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