Por Carol Zanola
Questionar os anseios e
pensamento que uma obra de arte traz consigo é a sua essência. Essas tais ‘obras
de arte’ tem o papel de ser a “pulguinha” que o observador sente atrás da
orelha e que o faz querer saber sobre a concepção e o impacto que a obra gerou no
momento em que foi criada. Tais intervenções artísticas tem o papel de interagir
com seu tempo, sociedade e sua própria aculturação, pois a arte tem o caráter
de intrigar e impressionar a quem a observa, estimulando a sua reprodução e ou
inspiração.
Pensar no direito que cada
artista tem sobre sua obra é extremamente difícil no momento em vivemos, onde
tudo pode ser encontrado com tanta facilidade. Antigamente, o artista não tinha
direitos legais sobre a sua essência artística e tinha que se condicionar com
as regras e as padronizações que seu contexto histórico previa. Hoje, situação se
assemelha ao que já foi visto, pois continuamos tendo diversos problemas com a
reprodução e apropriação indevida das obras.
Walter Benjamin é considerado um dos mais importantes pensadores modernos. |
A preservação da “aura”, ou
seja, a essência da obra foi um dos questionamento no ensaio “A Obra de Arte na
era de sua reprodutibilidade técnica” de Walter Benjamin. Ele dizia que “A aura
acena pela última vez na expressão fugaz de um rosto, nas fotos antigas. É o
que lhes dá sua beleza melancólica e incomparável”. A arte não pode ser perdida
e nem disseminada apenas com o intuito de gerar algum tipo de lucro. Assim,
perde seu principal valor: o de criar uma linha do tempo para a nossa
sociedade.
Essa tal “linha do tempo” se
inicia com os rituais, pois foi o ponto de partida para a evolução da comunicação
e o primeiro passo para as primeiras manifestações culturais. Os homens das
cavernas já agregavam valor para os traços que demonstravam sua própria rotina,
conquistas e principalmente culto a natureza, mas isso foi se modificando e
criando uma ligação direta com a obra e o período vivido sendo representados em
quadros, fotos, filmes e outros meios.
Várias formas de demostrar o
“Aqui e agora” foram criadas e até hoje conversam ou não
entre si. Será que
pensar em uma obra retratada é perder o real sentido e valor de arte? Essa
resposta é extremamente difícil de ser respondida, pois já é e será sempre
motivo de diversos conflitos. Não há como frear essa reprodução ou até mesmo
adequar essas situações ao valor que é perdido para o artista e a própria obra.
A arte nos faz pensar que o
artista cria sua obra para ser interpretada e não reproduzida por outras
pessoas, mas para que possa auxiliar como fonte de inspiração para outros trabalhos.
A música Garota de Ipanema, composta em 1962 por Vinicius de Moraes e Antonio Carlos Jobim, conta com mais de 170 gravações em várias línguas é a segunda canção mais tocada no mundo, perdendo só para ´Yesterday´, dos Beatles.
Carol Zanola é assistente de arte. Tem formação superior em Produção Multimídia. Apaixonou-se logo cedo pelo cheirinho de jornais e revistas e nunca dispensa um belo café. Estudante da Oficina de Teatro 2013, do grupo A Ordem do Caos.
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