Por Beatriz Xavier
Abre-se
a porteira, sai à boiada.
Os animais estouram, transbordam pelas beiradas,
desesperados pela liberdade.
O
primeiro boi, muito bonito por sinal, tem seus óculos arremessados ao chão.
O
que seria os óculos? Um bem material que ajuda os olhos a verem o verdadeiro
mundo? Mas até quando a visão fornecida por esse interessante invento é
verdadeira? Até quando a visão de nossos olhos é verdadeira?
Pense,
quantas coisas deixamos de ver, pois usamos um par de invisíveis óculos, um
óculo cultural/social que nos ensina como devemos enxergar! Se vemos o azul do
céu é porque o céu nos foi apresentado azul, mas na realidade, jamais saberemos
a sua verdadeira cor.
Portanto,
o que a boiada pisoteava constantemente, ignorando os lamentos do boi, era
apenas um par de óculos que ficava por cima de outro.
Fonte da imagem: Estação da Luz
Beatriz Xavier (Bia), 20 anos, é estudante de Licenciatura em Letras no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo. Desde os doze anos de idade tinha certeza que seria escritora, hoje não possui mais tanta certeza, porém esse sonho ainda reina em seu mundinho. Escreve quinzenalmente aos sábados crônicas para o AODC Notícias.
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