29/10/2012

O que é Gastronomia?


Por Ananda Dias

O nome Gastronomia vem da combinação das palavras gregas gastros, que significa “estômago” e nomia, que significa “conhecimento”. É um ramo que engloba o conhecimento entre culinária, bebidas, as formas de preparo, técnicas e os aspectos culturais dos alimentos. 
O uso da gastronomia sempre esteve presente na humanidade. Seu início foi na pré-história, quando o homem primitivo, por meio da descoberta do fogo, deixou de consumir somente alimentos crus e descobriu que alguns deles poderiam ser modificados, mudando até o seu sabor.

A comida, por ser conhecida como uma das melhores formas de prazer, fez com que as pessoas se interessassem e procurassem entender mais a seu respeito. Da antiguidade, até os tempos atuais, fez e faz transformações sociais e políticas. A gastronomia segue o homem desde os primórdios: os nômades passaram a ser agricultores, começando, então, a comer o que plantavam; a partir daí, iniciou-se a criação de animais e, conforme ocorriam suas mudanças de cidade (ou até estado ou país), estes iam introduzindo aos outros povos o conhecimento diferente que tinham em relação aos alimentos.

No Brasil existe uma grande variedade gastronômica graças à cultura indígena, à chegada dos portugueses e a outros povos que vieram para cá à procura de novas terras. Possuímos, hoje, uma “miscigenação” da culinária. A maior prova disso vem do fato de que cada região brasileira possui suas próprias características gastronômicas.

A gastronomia não é apenas comida e bebida, é uma arte. Hoje, observamos sua influência na cultura, filosofia, ciência e saúde de várias partes do mundo. Trata-se de uma técnica, feita com amor, dedicação, estudo, disciplina e prática. É um ramo que cresce cada vez mais e continua atraindo admiradores e estudiosos.

Ananda Dias é estudante de gastronomia e atriz do grupo teatral A Ordem do Caos. Além disso, escreve quinzenalmente sobre culinária, sempre às segundas-feiras, para o AODC Notícias.

16/10/2012

IX Festival Sinfonia de Cães agita a cena cultural da zona norte

No próximo sábado, dia 20 de outubro, ocorre o Festival Sinfonia de Cães IX, um encontro entre bandas de rock, grafiteiros, gestores ambientais, videomakers, escritores, poetas, atores, dançarinos, artistas plásticos, professores, alunos, ativistas, crianças, jovens e adultos, cidadãos artistas ou não, e todos aqueles que se sentirem à vontade para prestigiar e integrar este festival. Serão 10 horas de atividades que, entre outros motivos, comemora a inauguração do painel de graffite do Vale do Rio Cabuçu, promovido pelo grupo que compõe a "Agenda 21 Local do Vale". O curador desta mostra é Denis Evol, que coordenou toda a galera de grafiteiros compositores da obra, que chama a atenção da sociedade para o descaso com o qual tratamos o meio ambiente, nossos rios e suas margens, cortados por rodovias e cidades.

Resistência. Essa é a palavra que sintetiza o festival. O símbolo do encontro, o cão em chamas, indica o ressurgimento das cinzas como a Fênix, após um longo período de revitalização de suas energias. É o retorno da resistência Rock n’ Roll, resgatando as origens do primeiro festival que aconteceu em 2004, após 8 festivais, 4 Xtreme, inúmeros eventos em parceria com espaços culturais, casas de show ou ocupando locais públicos, fazendo acontecer essa manifestação cultural de forma independente, com pouca grana, mas muitos parceiros.
A entrada é gratuita. Vale a pena conferir o evento. Confira as atrações:


FESTIVAL SINFONIA DE CÃES IX


BANDAS
ELMA
CHUCK VIOLENCE 
Z-13
GLASSBOX
CHAVÕES
POPSTARS ACID KILLERS
ROSWELL

EXPOSIÇÃO DE FOTOS
Fabrício Trindade
Leandro Sanfer
Pimar Ramos
Carol Doro

INSTALAÇÕES PLÁSTICAS
Helder Pimenta 

DOCUMENTARIOS
“A Cultura em Luta Pela Paz”
“A Revolução do Côcos”
“Entre Rios”

INAUGURAÇÃO DO PAINEL DE GRAFFITTI
Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu 

Curador: Denis Evol 

ARTESANATO E CAMISETAS
Projeto Povo Brasileiro

ENCONTRO DE SARAUS E LITERATURA ANDANTE

Serviço
Endereço: Rua Cap. Busse – Parque Edu Chaves
Referência – Pça Cte. Eduardo de Oliveira

Como chegar
Metrô Tucuruvi – Linha de ônibus 1767-10 (Pq. Edu Chaves)
Metrô Santana e Carandiru – Linha 2010-31 (Pq Edu Chaves)

Mais informações

Apoio: Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu, Projeto Espremedor, Comunidade Cultural Quilombaque, Coletivo Poesia na Brasa, Rasgada Coletiva, Formigueiro, Projeto Povo Brasileiro, Meteoro, Associação Paulista de Gestores ambientais, Mutirão Cultural na Quebrada e Cicas. 

*Com informações de Gabriela Tonini

11/10/2012

O poder dos acessórios

Por Ligia Mendes

Uma boa produção não precisa de roupas chamativas nem de exageros na maquiagem. Para estar com uma boa aparência e, ao mesmo tempo, chique, casual, sexy etc, basta você utilizar a receita: roupas e acessórios adequados.

Para ir ao trabalho com um look elegante, por exemplo, basta você unir peças simples do seu guarda-roupa com um brinco e pulseiras delicados e um relógio bonito, mais um colar elegante e com detalhes à sua escolha. Não se esqueça da maquiagem leve e cabelo limpo, claro.

Se você deseja estar sexy, porém sem vulgaridade, seja para conhecer uma pessoa nova ou impressionar alguém, use e abuse de um vestido básico na cor que você gosta, um max colar, que está em alta e muda totalmente o visual, cabelo bem cuidado e solto, brincos, pulseiras, relógios, salto e batom vermelho... Este último é o que mais contribui para um visual provocante.


Essas são duas opções recomendadas, porém você pode brincar com as roupas e acessórios que você tem em casa (e fazer comprinhas de mais alguns também!) e, além de chamar mais a atenção das pessoas, você poderá utilizar a mesma roupa várias vezes, mudando sempre os assessórios sem nenhum receio, expressando corretamente o que você quer passar a outrem no dia a dia, pois o visual nunca será o mesmo.

Importante: faça o teste no espelho e sempre olhe como você está de costas!

Ligia Mendes é modelo, técnica em administração, está cursando design de moda no SENAC e colabora com o AODC Notícias quinzenalmente às quintas-feiras, com matérias sobre moda e beleza.

Recado aos estudantes: Paranapiacaba


Atualização em 13/10, às 20h: Passeio cancelado, galera. Devido ao tempo chuvoso, o clima em Paranapiacaba vai ficar complicado para podermos ensaiar e passear pela cidade. Portanto, avisem a todos: amanhã, aula normal no CCJ a partir das 14h.

Equipe AODC
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Galera, uma notinha rápida sobre o passeio do próximo domingo, para Paranapiacaba:

Vamos nos encontrar às 10h, na estação Brás da CPTM, sentido Rio Grande da Serra. 
Criaremos duas frentes: quem preferir, poderá pegar na estação Tamanduateí, calculando então o tempo aproximado para que quem saiu da primeira estação esteja lá.

No Brás, o ponto de encontro será na plataforma mesmo, em frente ao último vagão do trem. O pessoal que nos encontrará mais adiante, tente pegar no mesmo carro que os primeiros.

Desta forma, chegaremos ao local em torno do meio-dia, ok?

Importante: caso esteja chovendo, aula normal no CCJabaquara às 14h. Qualquer imprevisto, vamos informar pelas redes sociais logo cedo e por meio de atualização deste post.

Abraços!!

Equipe A Ordem do Caos

Imagem: http://intubaina.blogspot.com.br/2010/11/1-encontro-de-cinema-de-paranapiacaba.html

10/10/2012

Trilha da Memória: o despertar para os avanços e retrocessos da Fábrica de Cimento Portland Perus


Por Tamires Santana

Comecei a andar de trem sozinha, por volta dos meus treze anos de idade e, ainda assim, apenas no período de férias. Saía de Francisco Morato e seguia à Vila Mariana para passar alguns dias na casa da minha avó paterna. A sensação de liberdade era grande e a paisagem sempre maravilhou o meu olhar e preencheu a imaginação de curiosidades e fantasias. Como as coisas mudam... Foi-se o tempo em que era prazerosa uma viagem de trem! Entre Caieiras e Perus, sentido São Paulo, olhando para a direita é possível avistar uma fábrica abandonada. Não me recordo ao certo quando comecei a repará-la, mas desde aquele momento, repetidamente, pensava: “um dia ainda vou conhecer aquele lugar.” O dia tão esperado chegou e, para a minha surpresa, superou as expectativas.

A Trilha da Memória resgata a história da região. Sobretudo, mantém viva a lembrança que envolveu a instalação, desenvolvimento e fechamento da primeira fábrica de cimento que deu certo no país: a Fábrica de Cimento Portland Perus. A trilha (re)descobre um pequeno túnel utilizado na época pelos trabalhadores e suas famílias para irem à escola, fórum, etc. Chega-se às primeiras instalações abandonadas e que faz parte do contexto do funcionamento da fábrica; a casa dos administradores, dando vazão ao pátio e ao restaurante, até que se conhece as instalações onde trilhos e máquinas trabalharam incessantemente a céu aberto. Ferro, rochas, cimento, vagões abandonados, entradas sinistras, buracos, escadas de ferros quebradas, torres e fornos abandonados são alguns dos elementos que mais se veem no local. Além disso, o lugar é cheio de passagens subterrâneas, o que deixa o ambiente mais interessante e misterioso. Visitar o local à noite, só para os corajosos.

Bem mais adiante, pode-se contar com a presença de algumas famílias. Na antiga vila, a capela ao centro faz coro ao triângulo de casas. Mais caminhada e se tem a oportunidade de andar de Maria Fumaça do século 19, por 3 quilômetros de trilhos já recuperados e conhecer os  modelos de trens que fizeram parte da história do nosso país. Entre eles estão o trem de Santo Dumont, que inspirou Adoniram Barbosa a compor Trem das Onze, e a primeira locomotiva a ser fabricada no Brasil.

Curiosidade: a construção da Estrada de Ferro foi solicitada com o objetivo de atender os romeiros que se dirigem ao santuário, no entanto, nunca chegou a Pirapora. “Os trabalhos de construção foram realizados entre 1911 e 1914, com Os trilhos implantados em paralelo ao leito do Rio Juquery e do Córrego Ajuá (ou Perus), seu afluente. Entretanto, pouco depois do km 15, a linha foi bruscamente desviada para o Norte, na direção do bairro de Gato Preto, área então sob jurisdição do Município de Parnaíba, em flagrante contradição com o processo.”²

 História

 A história que envolve a Fábrica de Cimento Portland Perus é extremamente rica em detalhes, tramoias e injustiças. Resumindo, em 1910, o ministro Sylvio de Campos já havia descoberto que as rochas da região eram as melhores para produção de cimento. Em meados de 1926 a Fábrica é inaugurada, resultante de um consórcio entre comerciantes canadenses representados pela Drysdale y Pease (Montreal) e brasileiros ligados à Companhia Industrial e de Estrada de Ferro Perus-Pirapora.³

Chefiada pelos canadenses, a usina recebia todo tipo de cuidados, sobretudo com a qualidade de vida dos trabalhadores e suas famílias. J.J. Abdalla, ministro do governo na época e estrategista de primeira, sabia sobre o prazo da concessão, que venceria por volta de 1950. Chegou para os clientes da fábrica e anunciou que a usina só iria vender a produção se recebesse adiantado. Captou recursos suficientes para comprar a fábrica dos canadenses, assumindo em 1951.

O novo empregador só pensava em expandir a produção e esqueceu-se das questões trabalhistas: ao invés de consertar as máquinas, as remendava para não interromper o ritmo da produção.  Em menos de três anos a primeira greve estourou. Para se ter uma ideia, os filtros dos fornos não foram instalados corretamente; 10% da fumaça que saía  das torres espalhava-se pelo bairro de Perus, indo parar diretamente no pulmão da população. Outro agravante era nas épocas de chuvas, pois o pó de cimento misturava-se com a água e, na secagem, os telhados cediam com o peso. Os barrancos (até hoje) são cimentados pelo mesmo motivo.


Queixada não é lamentação

Queixada não é de comer, nem lamentação: é sinônimo de luta e honra. O nome atribuído aos trabalhadores significa “porcos do mato que, ao perceberem o perigo, reúnem-se em manadas, obrigando o inimigo a refugiar-se.” A Luta dos Queixadas durou sete anos, contando com a organização dos operários, população, sindicatos e organizações paralelas. O movimento teve participação ativa por meio das mobilizações de protestos, deixando evidente o descontentamento com as políticas apoiadas e implantadas pelo Estado e empresários em plena Ditadura Militar. Imagine quanta repressão e mortes a história esconde... Foi o movimento que realizou a maior greve na historia do Brasil e este ano faz 50 anos de luta. As importantes conquistas para os trabalhadores brasileiros, atingidas a partir do movimento dos Queixadas, foram a primeira regulamentação do salário-família; a presença do sindicato nos atos de contratação e demissão de mão de obra; e o reconhecimento da legalidade das greves por atraso de pagamento.
Portanto, a fábrica de cimento tem seu papel na economia nacional e sua história merece ser lembrada.


Serviço

Trilha da Memória
O programa faz parte da programação que comemora os 07 anos de Quilombaque. Para saber sobre próximas datas de passeios, entre em contato com o grupo.
Telefone (11) 3917-3012
Email: quilombaque@gmail.com

ECO-MUSEU FERROVIÁRIO
Passeios sempre aos domingos: às 10h, 11h30min, 13h, 14h30min e 16h.
Ingressos: de R$3 a R$10
Informações e reservas: (11) 2885-2837 horário comercial (inclusive no Domingo).
As vagas são limitadas a 40 pessoas por viagem
Atende também escolas durante a semana.
Referências: 
¹,²e ³ Elcio Siqueira, Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus: contribuição para uma história da indústria pioneira do ramo no Brasil (1926-1987)

¹ Soraia Ansara, O LEGADO DA GREVE DE PERUS: LEMBRANÇAS DE
UMA LUTA OPERÁRIA.


Imagens: Tamires Santana



Tamires Santana é jornalista e designer gráfico, além de militante em prol dos movimentos culturais na cidade de Francisco Morato. Ela escreve para o AODC Noticias quinzenalmente, às terças-feiras.

03/10/2012

O Vergonhoso Monday Night Football

Por Alberto Iszlaji

No último dia 24 de setembro, durante o Monday Night Football (MNF), o jogo entre Green Bay Packers e Seatle Seahawks teve uma das maiores controvérsias dos últimos anos na NFL (National Football League). Em seu minuto final, um passe feito pelo Quarterback (QB) do Seahawks Russell, Wilson, lançou a bola para a endzone e seis jogadores a disputaram; num primeiro momento, os juízes marcaram touchdown (TD) para os Seahawks. Porém, como todo TD é revisado, ficou a expectativa para tentar entender melhor o lance. Com isso, a transmissão da TV passava a repetição desse instante de vários ângulos, deixando claro que não foi TD, e sim uma interceptação do defensor dos Packers (interceptação é quando o jogador do time defensivo toma a bola, no caso, como foi dentro da endzone, seria marcado touchback para o Packers). Mas quando os árbitros voltaram da revisão, ao invés de marcarem a interceptação, deram TD para o Seahawks e, portanto, a vitória foi deste time, por 14 a 12.

Se assistirmos às imagens, além de não ter sido TD, houve uma falta para os Packers, pois um dos defensores que disputava a bola foi empurrado pelo Golden Tate jogador do Seahawks. Na regra da NFL isso é interferência. Assim, a jogada deveria ter acabado ali, já que, sendo falta, não é passível de revisão. Dessa forma, não há como voltar atrás.

Essa confusão toda se instaurou desde o início da temporada, quando os juízes oficiais da NFL estavam em greve e, no lugar deles, estavam árbitros reservas. Esses homens trabalhavam em ligas menores, muitos deles na segunda divisão do College Football, que é o futebol americano universitário. Logo, não têm experiência para trabalhar na NFL, já que a pressão em cada jogo é muito grande. Nas palavras de Paulo Antunes, comentarista da NFL na ESPN, “cada jogo é um mini superbowll”, e a confusão que eles fizeram na segunda-feira passada só evidenciou uma reclamação antiga: eles não estão preparados para essa função. Até então, presenciamos vários erros cometidos por eles, entretanto nenhum havia influenciado o resultado final da partida como ocorreu com o Packers e o Seahawks.
Ao longo da semana observou-se uma pressão enorme nas rede sociais, nas rádios e TVs para que os organizadores da NFL resolvessem o impasse e retornassem com os árbitros oficiais. Na manhã da última quinta-feira, isso resultou no fim da greve. Mesmo com esse retorno tardio dos árbitros, ou “zebras”, no jargão dos fãs de NFL, a imagem da liga ficou manchada, pois sempre foi um dos “slogans” da NFL ser uma das mais íntegras, na qual os resultados eram justos. Para se ter uma ideia, este foi um dos primeiros esportes a utilizar o replay como forma de rever jogadas e até mesmo voltar atrás em uma marcação duvidosa.

Como puderam permitir que uma liga que lucra tanto por ano com produtos, direitos de transmissão na TV, propagandas, tivesse uma greve por aumento salarial que manchasse a sua imagem no mundo? Aficcionados pelo Green Bay Packers ficaram revoltados e a repercussão foi enorme. Agora, fica a pergunta: será que as zebras oficiais poderão recuperar a confiança de que os resultados dos jogos são, de fato, justos? Esperamos que sim, pois uma liga tão interessante, tão estratégica, que arrasta fãs no mundo todo, não pode perder esse brilho. Finalmente pagaram as zebras.


Alberto Iszlaji é historiador e professor. Atualmente está mestrando em Comunicação na Universidade Municipal de São Caetano do Sul, com uma pesquisa sobre a Comunidade Alemã no Estado de São Paulo. Além disso, é baterista, ama rock e colabora com o AODC Notícias todas as quartas-feiras.

02/10/2012

#Conexão - Simplificando a Transmedia e Crossmedia

Por Wellington Dias


É certo que a velocidade das tecnologias nos coloca em novos mundos, cada vez mais cruzados e interligados, mas com toda essa rapidez também perdemos noção do que está presente em nossas vidas. A informação tem seguido caminhos diferentes para chegar até seu receptor. Antes, era necessário ir até a notícia; agora, ela vai até você e por diferentes canais. Resta saber e entender estes meios e como funciona o sistema de cruzamento de informações, pois só assim será possível olhar e perceber que a comunicação está presente em todo lugar e em diversos formatos, alguns até camuflados, mas bem perto de nós. Compreendendo este entrelaçamento de informação, talvez possamos definir melhor quais dados importantes (ou não) podem chegar até nós.


Crossmedia - Ainda não há um "aportuguesamento" para a palavra, por isso pode-se também escrever Cross media ou Cross-media. É a informação passada por vários canais, um cruzamento das mídias de forma independente e completa, como TV, rádio, cartazes etc. Em publicidade, seria uma promoção divulgada em vários meios e em todos eles o consumidor entende a propaganda. É uma comunicação amarrada, estratégia para que em todos os meios se fale da mesma coisa, mas respeitando a forma e linguagem de cada  canal.

Transmedia - É o sistema mais interligado, de forma que a informação necessariamente passe por mais de um meio. Isso desperta o interesse em conhecer mais sobre aquele dado e obriga o interessado a ir aos outros sistemas que compõem aquela novidade. É a continuidade, mas em canais diferentes. Por exemplo, um post no Twitter deixa um link para acessar um blog com mais informações sobre determinado fato. Porém, para o leitor, aquilo ainda não é o suficiente, o que o estimula a comprar um livro que fale mais sobre o assunto.

Estes são os cruzamentos das mídias, estudados por muitos comunicadores, mas ainda assim trata-se de um fenômeno muito novo. Delimitá-lo poderá criar novos paradigmas. Resta compreender por que no meio de tanta informação cruzada é fácil perder-se, para que tenhamos mais facilidade em refinar o que serve e o que é apenas informação dispersiva. É complicado, mas como disse, é apenas o começo e é normal "perder-se no tiroteio". Só temos que tomar cuidado pra não recebermos uma indesejável bala perdida.

Wellington Dias é diretor teatral do grupo A Ordem do Caos e professor universitário. Formado em Comunicação Social - Rádio e TV, atualmente está mestrando em Comunicação e Inovação.

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